Campos Neto voltou a dizer que, devido à migração para a política de energia verde em todo o mundo, nem o mercado de capitais nem os bancos estão financiando ao aumento da produção de combustíveis fósseis, que teriam uma resposta mais rápida.
“O choque de alimentos e combustíveis é positivo para o Brasil por sermos um país exportador, mas esse choque tem um custo social elevado. Está aumentando os preços de combustíveis e alimentos para a população que já sofreu durante a pandemia. O Brasil está ficando mais rico com o choque de commodities, mas há esse problema social a ser endereçado. Mas esse problema é do governo e não do Banco Central”, enfatizou o presidente do BC.
Ele admitiu que há uma grande contaminação de diversas cadeias pela alta inflação no Brasil. “A inflação de núcleos já chega a 10%. É uma inflação de energia e alimentos, que apesar de serem itens voláteis, quando ficam em alta por muito tempo começam a impactar a cadeia.”
Mais uma vez, o presidente do BC alegou que nenhum banqueiro central gosta de aumentar os juros, mas destacou que o risco de não agir pode exigir uma alta posterior nos juros que levaria o País a uma “recessão enorme” à frente.
“Nenhum BC do mundo acha confortável subir juro, é muito ruim, freia a economia. Há dois erros por BC subir demais os juros ou subir de menos. Subir de menos os juros acaba levando a pagar preço grande de recessão na frente. Nosso trabalho é fazer máximo possível para inflação chegar à meta e sempre pensamos como podemos fazer para afetar o mínimo a economia. Entendemos que a inflação é o pior risco para a distribuição de renda”, disse Campos Neto aos parlamentares.