A decisão não foi unânime, pois a presidente da distrital de Kansas City, Esther George, votou por 50 pontos-base.
Até a semana passada, um aumento dessa magnitude era visto como pouco provável pelo mercado. Porém, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio mostrar taxa mensal de 1,0% e anual 8,6%, ambas acima do consenso de analistas, as apostas para uma elevação em 75 pontos-base ganharam fôlego.
Contudo, elas se tornaram majoritárias e quase unânimes na noite de anteontem, após repórteres do Wall Street Journal e da CNBC apontarem que dirigentes do Fed poderiam considerar uma elevação em maior intensidade para tentar reancorar as expectativas.
O Fed também decidiu elevar a taxa de juros paga sobre saldo de reserva para 1,65%, decisão que entra em vigor a partir de amanhã, e a taxa de desconto e 75 pontos-base, de 1,00% para 1,75%.
Antecipação de aumentos futuros
O Fomc antecipou que novos aumentos na taxas de juros serão apropriados. A instituição elevou a taxa dos Fed Funds em 75 pontos-base, para a faixa entre 1,50% e 1,75% ao ano. É a maior elevação desde 1994.
“A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços”, diz o comunicado. “A invasão da Ucrânia pela Rússia e os eventos relacionados estão criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e estão pesando sobre a atividade econômica global. O Comitê está altamente atento aos riscos inflacionários”, completou.
Diante desse cenário, o Fomc assegura que continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas. “O Comitê estaria preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos do Comitê”, destacou.