“Eles estavam ajudando bastante na conta de desaceleração do índice. Estavam em desaceleração e na ponta já apresentavam variação negativa”, afirma o coordenador. De acordo com Picchetti, os combustíveis contribuíram com 0,07 ponto porcentual negativo para a variação do IPC-S entre a primeira e a segunda leitura do mês; quando o índice acelerou de 0,79% para 0,91%.
O coordenador calcula que até o fim da segunda quadrissemana de junho, o ponta da gasolina já estava em queda de cerca de 0,10% e do etanol, em recuo próximo de 6,5%. A trajetória de arrefecimento dos itens, porém, se tornou incerta, segundo Picchetti, após o último anúncio de reajuste feito pela Petrobras, na sexta-feira, e a declaração do presidente Jair Bolsonaro, no sábado, sobre o pedido para instauração nesta segunda-feira de uma CPI para investigar a formação de preços de combustíveis pela empresa.
Por ora, a projeção para a inflação de junho medida pelo IPC-S é de 0,70%. A expectativa aumentou desde a primeira quadrissemana do mês, quando era de 0,50%, alavancada por Alimentação. “Alguns itens voláteis que vinha recuando bastante, os in natura, já não estão recuando tanto”, afirma.
De acordo com os cálculos de Picchetti, entre a primeira e a segunda leitura do mês, o índice de difusão se manteve estável, em 74,52%. “Desacelerou em relação ao fechamento de maio 74,84%, mas ainda está em patamar alto”, diz. “Significa que três quartos dos itens do IPC-S estão com variação positiva, o que traduzindo quer dizer que os preços em geral continuam pressionados.”
O principal responsável pela aceleração apurada no índice nesta divulgação foi o item tarifa de eletricidade residencial, cujo preço variou de queda de 4,99% para 0,15%. A redução da deflação, causada pelo impacto da mudança de bandeira, acresceu o IPC-S em 0,19 ponto porcentual entre a primeira e a segunda quadrissemana de junho.