Segundo a diretora associada de economia da S&P Global, Pollyanna de Lima, o desempenho de junho foi positivo, apesar da leve queda na margem. Ela ressalta a força do setor mesmo em um cenário de inflação elevada, aumento agressivo dos juros, crise no custo de vida, gargalos na cadeia de suprimentos e guerra na Ucrânia.
“O mercado doméstico forneceu o principal impulso para o crescimento constante dos pedidos a fábricas, o que, por sua vez, sustentou a criação de empregos e o aumento dos volumes de produção”, diz em nota. “As empresas também continuaram comprando insumos adicionais em meio a um atraso considerável entre a compra e a aquisição real de matérias-primas.”
De acordo com a S&P Global, houve aumento nos pedidos a fábricas pelo quarto mês consecutivo, embora em ritmo menos intenso que o de maio, devido à menor demanda global e às pressões inflacionárias. As condições de demanda, porém, registraram uma melhoria contínua e levaram a taxa de empregos ao quarto aumento consecutivo, sendo o mais forte desde outubro de 2021.
Em junho, 49% das empresas monitoradas relataram um aumento nos custos de insumos. A taxa de inflação permaneceu em nível elevado, mas desacelerou em relação ao mês anterior.
“As acentuadas pressões sobre os preços e a taxa de juros cada vez mais alta reduziram a confiança das empresas, à medida que elas avaliavam os impactos negativos no consumo e no investimento”, acrescenta Pollyanna de Lima. “Ainda assim, os fabricantes esperam que o ambiente favorável de demanda interna seja mantido, o que deve sustentar o crescimento na produção no próximo ano, em conjunto com esforços de expansão de capacidade, avanços tecnológicos, ganhos de eficiência e lançamentos de novos produtos.”