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FUP: Petroleiros aprovam indicativo de greve contra privatização da Petrobras

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Estadão Conteúdos

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou neste sábado, 9, que seus 12 sindicatos espalhados pelo país rejeitaram a contraproposta da Petrobras para acordo coletivo de trabalho (ACT) e aprovaram indicativo de greve por tempo indeterminado. Um comunicado oficial será encaminhado na segunda-feira, 11, à direção da Petrobras e aos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal.

A FUP informou que a data de uma greve ainda deve ser definida pela federação e que o processo está condicionado ao avanço de um processo de privatização da companhia pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Em nota, a FUP fala em greve “caso o governo federal encaminhe ao Congresso Nacional projeto de lei de privatização da Petrobras, como tem sido cogitado desde o ano passado”.

No fim de maio, o Ministério de Minas e Energia (MME) pediu a inclusão da Petrobras na lista de estudos para privatização. Para tanto, é preciso que o conselho do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) ratifique a recomendação e que o presidente Jair Bolsonaro publique decreto nesse sentido.

Sobre a contraproposta da Petrobras, rejeitada pela categoria, a Fup informou que a companhia propunha reajuste salarial de 5%, “o que equivaleria a menos da metade da inflação do período”, além da retirada do plano de saúde do acordo coletivo trabalhista e mudanças relacionadas a banco de horas.

Os petroleiros reivindicavam reposição da inflação entre setembro de 2021 e agosto de 2022, além de reposição salarial das perdas dos últimos seis anos entre 2016 a 2021, equivalente a reajuste de 3,8%. Com isso, diz a FUP, a categoria não reivindica aumento real de salário. A entidade informou, ainda, que a proposta de reajuste da Petrobras é 8,5% inferior ao reivindicado pela categoria segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O resultado das 12 assembleias da FUP vem após duas semanas de consulta à categoria em assembleias estaduais. O processo terminou neste sábado, com a assembleia organizada pelo Sindipetro da Bahia, onde 308 trabalhadores da ativa e aposentados aprovaram, por unanimidade, os indicativos do sindicato para rejeição do acordo coletivo trabalhista (ACT) e greve. A Bahia foi o Estado mais afetado por privatizações e fechamento de unidades da Petrobras, caso da refinaria de Mataripe, vendida ao grupo Acelem, do fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala.

As assembleias dos sindicatos de petroleiros do Norte Fluminense, no Rio de Janeiro, e de Minas Gerais foram realizadas ontem, 08, com resultado semelhante, mas não unânimes. No Sindipetro do Norte Fluminense, mais de mil trabalhadores, ou 99,6%, rejeitaram a contraproposta e 98,3% aprovaram a greve. Em Minas, a oferta da Petrobras foi rejeitada por unanimidade e 99% aprovaram a greve.

Os resultados vieram por unanimidade ou ampla maioria em todo o País. Houve menos de 90% de adesão ao indicativo de greve apenas no sindicato de São Paulo (85,34%) e do Paraná e Santa Catarina (88,36%). No País, a FUP reúne cerca de 24 mil petroleiros.