Em discurso durante conferência, a dirigente admitiu que a instituição deve “agir decisivamente” pela estabilidade de preços. Segundo ela, a escalada inflacionária se generalizou entre os setores nos últimos meses. “A natureza ampla da inflação sugere que uma economia apertada está impulsionando as pressões de preços, em vez de gargalos de fornecimento individuais e choques”, explicou.
Apesar disso, Esther George ressaltou que o ritmo no qual os juros devem ser elevados é uma “questão em aberto”. Em junho, a dirigente divergiu da decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) de elevar a taxa básica em 75 pontos-base e preferiu um aumento de 50 pontos-base.
“Mudanças nas política se transmitem para a economia com defasagem, e alterações significativas e abruptas podem ser inquietantes para famílias e pequenas empresas à medida que fazem os ajustes necessários”, ressaltou.
Esther George argumentou que a comunicação sobre as perspectivas da política monetária é potencialmente mais importante que o ritmo de ajuste em si. Para ela, é particularmente notável que, apenas quatro meses depois do primeiro aumento de juros, as discussões sobre o risco de recessão já estejam salientes e que já haja agentes do mercado prevendo corte na taxa básica no ano que vem.
“Tais projeções sugerem que um ritmo rápido de aumentos de taxas traz o risco de apertar a política mais rapidamente do que a economia e os mercados podem se ajustar”, enfatizou, acrescentando que a migração do consumo de bens para serviços torna a economia mais sensível aos juros.