“Os níveis atuais dos reservatórios no Brasil são os mais altos para o período desde 2012, o que proporciona um cenário mais favorável para o uso de usinas hidrelétricas”, destaca a Fitch.
Ao final de junho de 2022, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% do armazenamento de água do Brasil, estavam com 65,5% de sua capacidade, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, forte recuperação em relação ao ano anterior, quando o nível era de 29,1%.
Ao mesmo tempo, o menor despacho térmico resultante também beneficiará as distribuidoras, pois reduz a pressão sobre os custos de compra de energia. Mesmo assim, a Fitch entende que o risco hidrológico permanece diretamente ligado ao comportamento das precipitações na estação chuvosa, que vai de outubro de 2022 a abril de 2023.
Os cenários da Fitch não incorporam uma melhora mais significativa do GSF no longo prazo, permanecendo a média anual abaixo de 1,0.
Além das questões pluviométricas, a expansão dos parques eólicos e solares, cuja energia precisa ser drenada no momento da geração, afeta o despacho de fontes hídricas e térmicas, que possuem capacidade de armazenamento e também impactam os níveis de GSF.
“Portanto, as empresas que dependem da geração hidrelétrica terão de continuar protegendo suas exposições mantendo parte de sua energia não regulada e/ou comprando energia de terceiros”, diz a análise da agência de riscos.
Contato: elisa.ferreira@estadao.com