Bailey também enfatizou o compromisso de atingir a meta de 2% de inflação do BoE, “sem meio termo”. Em seu discurso, ele tratou de “distúrbios recentes” que influem na política monetária, como o choque da covid-19 e a incerteza trazida pela pandemia, sobretudo em suas etapas iniciais. O segundo desajuste foi provocado pela recuperação da covid-19, notou ele, com grandes desequilíbrios entre oferta e demanda, o que exacerbou a inflação. Os problemas nas cadeias globais de produção são ainda exacerbados pela política de covid-19 zero da China, disse.
O presidente do BC britânico citou ainda a guerra da Rússia na Ucrânia como elemento importante. Neste momento, o conflito é o maior choque a influir na inflação, concentrado em energia e alimentos. Ele ainda rechaçou o argumento de que os problemas econômicos sejam causados pelas sanções ocidentais, não pela própria guerra.
Bailey citou ainda como “distúrbio”, no plano interno, a redução nos últimos anos na força de trabalho do Reino Unido, ao longo dos últimos dois anos. Isso contribui para a pressão inflacionária, ao dificultar as contratações de funcionários. A redução no mercado de trabalho “aumenta o risco de que a inflação que veio para nós de fora fique arraigada em pressões inflacionárias domésticas mais persistentes”, advertiu. Ele mencionou também o “grande choque em nossa renda real nacional” com a inflação, em contexto de desaceleração econômica.
Segundo Bailey, o balanço de riscos da inflação “é de alta”. Ele lembrou, porém, que o BC projetava em maio que a inflação “caia rapidamente no próximo ano”, retornando à meta em 2023 e inclusive ficando abaixo delas depois disso.
Em sua fala, Bailey ainda defendeu a importância do atual regime de política monetária do BoE, com o banco central independente. Para ele, esse modelo é “mais importante que nunca” no quadro atual.