Em comunicado divulgado para a imprensa e investidores, a companhia atribuiu o desempenho trimestral da receita à forte alta de preços, que compensou os custos. “A escassez de componentes novamente causou impacto na produção, resultando em fluxo de caixa livre de US$ 404 milhões que, apesar de uma tremenda melhoria sequencial, ainda caiu quase 50% em relação ao segundo trimestre de 2021”, disse o CEO da CNH, Scott W. Wine.
O resultado trimestral da CNH veio em linha com o obtido nos trimestres anteriores, quando a receita já vinha apresentando alta. Apesar dos desafios do setor, a empresa afirma continuar mirando no futuro e anuncia o lançamento de novos produtos até o fim do ano.
As vendas de equipamentos agrícolas da CNH subiram 19% no trimestre, de US$ 3,970 bilhões para US$ 4,722 bilhões. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado do segmento ficou em US$ 663 milhões, avanço de 81% ante os US$ 582 milhões obtidos em igual intervalo do ano anterior. O desempenho foi puxado pela demanda por tratores na América do Sul e na Ásia-Pacífico, onde a procura aumentou 4% e 11%, respectivamente. A demanda por colheitadeiras na Ásia-Pacífico aumentou 21%, pontua a companhia na nota.
Para o acumulado do ano fiscal de 2022, a empresa disse que espera alta de 12% a 14% nas vendas, mesmo com os efeitos cambiais negativos nas condições de mercado em todas as regiões e segmentos. O fluxo de caixa deve ser superior a US$ 1,0 bilhão. A companhia ressalva, porém, que incertezas significativas permanecem em todas as regiões, ligadas ao aumento da inflação, instabilidade geopolítica, guerra na Ucrânia e ondas contínuas de infecção por covid-19, todos fatores que podem afetar a previsão para o ano.
A CNH prevê “um clima decididamente menos vantajoso” para os próximos trimestres. A empresa espera que o fortalecimento do dólar norte-americano permaneça pressionando os preços das commodities agrícolas, vê probabilidade de declínio da demanda industrial europeia em virtude da guerra na Ucrânia e destaca riscos para o fornecimento de energia e inflação. “Nas Américas, a demanda constante de clientes de safras comerciais indica que o mercado pode estar mais estável mas, no geral, estamos nos posicionando para uma recessão”, pontuou o CEO da CNH em relatório.