No primeiro semestre, a alta do INDC foi liderada pela expansão de 79% em serviços, seguida pela procura por crédito no varejo, com elevação de 41%, e por bancos e financeiras, com aumento de 13%.
Embora considere “bom” o desempenho dos setores, Breno Costa, diretor da Neurotech, faz ponderações. “Se, por um lado, temos neste ano uma conjuntura de juros altos que eleva o custo do dinheiro, no ano passado tivemos uma segunda onda de covid. As pessoas estão buscando crédito, mas percebemos os concessores mais restritivos na liberação de crédito”, diz.
A procura por crédito no primeiro semestre foi maior em supermercados, num indicativo de que a inflação persistentemente elevada continua corroendo o poder de compra das famílias. O INDC do setor teve alta de 68% de janeiro a junho deste ano, enquanto houve expansão de 51% em lojas de departamento; de 43% em vestuário; e de 36% em eletrodomésticos. As categorias móveis e outros registraram queda de 34% e 28%, respectivamente.
Na comparação com junho de 2021, o crescimento de 20% do INDC também foi motivado por serviços (92%). Na sequência aparecem varejo (36%) e bancos (8%). Já em relação a maio, quando houve queda de 13%, o varejo foi o único a registrar crescimento (2%). O INDE de serviços, por sua vez, ficou estável e o do setor bancário recuou 17%.
O movimento é reflexo da inadimplência e endividamento da população, em alta, segundo Costa. “Quando a economia vai bem as pessoas tomam empréstimo mais para aquisição de bens. No cenário atual, os brasileiros estão recorrendo a empréstimos para complementar renda mensal e pagar as dívidas e essa desaceleração é consequência”, avalia.