Questionado sobre o porquê de a Petrobras ainda não ter reduzido o diesel nas refinarias, em linha com as queda do preço de paridade internacional, Mastella argumentou que há expectativa de fortalecimento dos preços do combustível no exterior no fim do ano, ao contrário da dinâmica usual do mercado internacional, em função da guerra.
“Fazemos o monitoramento do mercado e avaliamos as condições. Se houver mudança estrutural, a gente ajusta (os preços dos combustíveis) para cima ou para baixo, como fizemos com a gasolina”, disse Mastella.
O diretor da Petrobras faz alusão aos dois reajustes para baixo no preço da gasolina nos últimos dez dias, numa queda total superior a 8% nas refinarias. Ele justificou que os estoques mundiais de gasolina estão normalizados, enquanto os de diesel seguem “muito abaixo” da média histórica.
Com isso, há maior previsibilidade sobre os preços da gasolina, que devem se manter estáveis ou apresentar mais quedas, enquanto o diesel ainda deve experimentar flutuações relevantes até o fim do ano, o que impediria reajustes por parte da Petrobras no momento.
Com relação ao diesel russo, o Planalto tem feito articulações e promovido reuniões para fomentar essa importação. A Rússia tem transferido sua produção de óleo bruto e derivados com desconto para outros compradores, sobretudo Índia e China, desde o início da guerra na Ucrânia.
Há preocupação no governo sobre eventual escassez de diesel, sobretudo a partir de setembro, quando a demanda brasileira por diesel aumenta na esteira da colheita e transporte da safra agrícola.
Especialistas e a própria Petrobras têm alertado sobre um mercado internacional de diesel mais apertado, na esteira da guerra e de uma possível temporada mais forte de furacões no Golfo do México, de onde vem a maior parte das importações de diesel brasileiras.