Após a publicação do corte, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) declarou que, “em análise superficial”, identificou pontos que podem trazer prejuízos a alguns segmentos do Polo Industrial de Manaus.
Como mostrou o Broadcast, o governo optou pelo novo decreto para tentar resolver um imbróglio jurídico e político envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF). Em fevereiro, o Executivo fez uma primeira redução de 25% no IPI, valendo para todos os produtos, com exceção de cigarros. Representantes e políticos ligados à ZFM reclamaram que, como os produtos feitos no local são livres do imposto, houve perda de competitividade ao reduzir a tributação no restante do País.
Em abril, o governo ampliou em mais 10% o corte, deixando de fora da redução adicional produtos que são feitos também na Zona Franca. Em maio, no entanto, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspendeu o segundo decreto, atendendo um pedido do Solidariedade. Na ação, o partido argumentou que a redução afetaria o desenvolvimento da região e a preservação ambiental.
O Ministério da Economia alega que o novo decreto cumpre a decisão de Moraes de preservar a competitividade dos produtos produzidos na ZFM. Na região são fabricados eletrodomésticos, veículos, motocicletas, bicicletas, TVs, celulares, aparelhos de ar-condicionado, computadores, entre outros produtos.
“Sobre o atual decreto em vigor, em análise superficial, identificamos pontos que podem trazer prejuízos a alguns segmentos do Polo Industrial de Manaus”, disse o Cieam, que pediu às equipes técnicas que assessoram a entidade para realizarem uma análise mais aprofundada do decreto. Portanto, procurado, o Cieam ainda não detalhou quais são os pontos do novo decreto que causaram preocupação. “Finalmente, parece-nos que, até que haja nova manifestação do STF, está mantida a Cautelar que preserva o Polo Industrial de Manaus”, completou a entidade.