Com efeito das desonerações sobre combustíveis e energia e da queda do preço da gasolina, a estimativa para o IPCA de 2022 cedeu pela quinta semana consecutiva, de 7,30% para 7,15%. Em contrapartida, a de 2023 continua avançando, agora de 5,30% para 5,33% – a 17ª alta seguida. Há um mês, as estimativas eram de 7,96% e 5,01%, respectivamente.
Considerando somente as 107 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 7,18% para 7,11% e a de 2023 foi de 5,30% para 5,32%.
Os porcentuais divulgados na Focus desta semana continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta a ser perseguida pelo Banco Central, após o descumprimento já observado em 2021, com o IPCA de 10,06%. O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o BC indicou que mira algo mais próximo do centro da meta no ano que vem do que sua projeção atual (4,0%).
O Boletim Focus também mostra sinais de desancoragem mais ampla, com a mediana de 2024 acima do centro da meta. Pela terceira semana seguida, a estimativa continuou em 3,30%. Há um mês, estava em 3,25%. A previsão para 2025, por sua vez, continuou em 3,00%, mesmo porcentual há 55 semanas. A meta para 2024 e para 2025 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% a 4,5%).
No Copom de junho, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 8,8% em 2022, 4,0 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.
Outros meses
Os economistas do mercado financeiro continuaram a prever deflação de 0,65% no IPCA – índice oficial de inflação – de julho, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado pelo Banco Central. Um mês antes, o porcentual projetado era de alta de 0,06%.
Para agosto, com a queda da gasolina nas refinarias anunciada na semana passada pela Petrobras, a projeção de IPCA no Focus cedeu de alta de 0,05% para recuo de 0,11%, ante avanço de 0,18% há quatro semanas. Para o índice de setembro, a estimativa de aumento continuou em 0,50%, contra 0,47% de um mês antes.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses acelerou, de alta de 5,38% para 5,52% de uma semana para outra – há um mês, estava em 5,45%.