“O Comitê pondera que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário”, ressaltou o comunicado do Copom desta quarta. Tanto o presidente Jair Bolsonaro, quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometem manter o pagamento maior do benefício em 2023, ainda que não haja espaço orçamentário para isso.
Por outro lado, o BC ponderou que o aumento do risco de desaceleração da economia global também acentua os riscos de baixa na inflação para o próximo ano. “O Comitê avalia que a conjuntura ainda particularmente incerta e volátil a conjuntura ainda particularmente incerta e volátil requer serenidade na avaliação dos riscos”, completou o documento.
O cenário de riscos do Copom continua com fatores de risco nas duas direções. Do lado de uma inflação maior que a projetada, está a maior persistência das pressões inflacionárias globais e justamente a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do País e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada.
Já do lado de uma possível inflação mais baixa que a estimada, está uma possível reversão – ainda que parcial – do aumento nos preços das commodities e a já citada desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada.
O Copom argumentou ainda que as projeções de inflação para 2022 e 2023 estavam contaminadas pelos impactos das alterações tributárias sobre combustíveis e energia elétrica aprovadas no mês passado. Por isso, o BC optou por dar mais ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024. Segundo o colegiado, esse marco temporal “reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora seus impactos secundários sobre as projeções de inflação relevantes para a decisão de política monetária”.