O ministro citou uma banda entre 50% e 70% para a relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB). Nesse caso, o alvo central seria 60%, patamar da dívida de países emergentes, como o Brasil, mas que têm grau de investimento, o selo de bom pagador conferido pelas agências de classificação de risco.
Guedes procurou deixar claro que a regulamentação da meta para a dívida não tem relação com o aumento de gastos com o programas sociais, incluído em Proposta de Emenda Constitucional (PEC) aprovada pelo Congresso. A regra, incluída em emenda constitucional aprovada no ano passado, não significa abandono do teto de gastos (trava que existe para o crescimento das despesas com base na inflação). De lá para cá, os técnicos vêm se debruçando na melhor proposta.
“Teto é bandeira, não é dogma”, afirmou. O ministro disse que não abre mão do teto de gastos, mas não descarta ajustes. Segundo ele, o arcabouço fiscal ganhará ferramentas adicionais de controle. O desenho final não está fechado. No sistema de metas, o BC controla a inflação por meio da política de alta ou queda da taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira.
No caso da política fiscal, a dívida não é o instrumento, mas o alvo. Entre as ferramentas, ele citou uma “arquitetura” fiscal mais ampla que inclui não somente o resultado primário e o controle dos gastos, mas também variáveis como receitas de privatização para a diminuição da dívida, como aconteceu recentemente com a venda da Eletrobras. Essas receitas extraordinárias permitiram ao governo, segundo ele, aumentar os gastos no curto prazo sem prejudicar a trajetória de queda da dívida.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.