O Ebtida ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), em contrapartida, recuou 11,5%, de R$ 11,706 bilhões para R$ 10,363 bilhões. A margem ficou em 11,2%.
A dívida líquida da companhia somou R$ 78,085 bilhões, alta de 44,1% em relação ao reportado em igual trimestre de 2021, de R$ 54,192 bilhões. Em dólares, a dívida líquida aumentou 37,6%, de US$ 10,833 bilhões para US$ 14,907 bilhões. Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 1,64 vez em reais e 1,65 vez em dólares no segundo trimestre, contra 1,61 vez e 1,73 vez, respectivamente. Na comparação com o índice do trimestre anterior, o primeiro de 2022, a alavancagem subiu em reais e em dólares, já que no período estava em 1,36 vez em reais e em 1,53 vez em dólares.
O fluxo de caixa operacional foi de R$ 4,1 bilhões, 29,3% a menos do que no mesmo trimestre do ano passado. Com isso, a empresa gerou R$ 380,3 milhões em caixa livre, 88% a menos do que igual trimestre do ano passado. O resultado financeiro líquido da empresa ficou negativo em R$ 2,512 bilhões, contra um resultado negativo de R$ 1,145 bilhão no segundo trimestre de 2021.
A JBS informou, ainda, R$ 2,2 bilhões em pagamento de dividendos, o que representa R$ 1 por ação, realizado em maio de 2022. E também a recompra de 26,7 milhões de ações, equivalente a R$1 bilhão.
Por unidade de negócio, o maior crescimento no Ebitda ajustado foi da Pilgrim’s Pride, com alta de 24,2%, seguido pela JBS USA Pork, com avanço de 14,3%. O Ebitda ajustado da JBS Austrália subiu 13,7%, o do JBS Beef, por sua vez, caiu 21,2% ante o segundo trimestre de 2021, enquanto o da Seara foi 86,2% superior e o da JBS Brasil cresceu 82,8%.
Em relação à marca brasileira Seara, em comunicado enviado à imprensa a companhia explica que o aumento no Ebitda decorre do aumento das vendas no mercado doméstico, que responderam por aproximadamente 47% da receita da unidade. “Apesar do crescimento da receita em todas as categorias, a categoria de produtos preparados foi o grande destaque com um aumento de 19% no preço médio de venda e de 5% no volume”, afirma.
No segundo trimestre do ano, a Seara teve receita líquida 19,5% maior que a de igual período do ano anterior, de R$ 10,7 bilhões. A companhia atribui o resultado a um aumento de 20,8% no preço médio de venda. No mercado externo, a receita líquida da Seara foi de US$ 1,1 bilhão, crescimento de 27,9% em relação ao segundo trimestre de 2021.
A JBS Brasil também voltou a apresentar aumento nas margens de lucros, com receita líquida de R$ 14,1 bilhões, 10,8% maior que no 2T21. A empresa reduziu em 12% o processamento de bovinos no período, explicado pela suspensão temporária de uma importante planta para exportar para a China no final do 1T22. A unidade da JBS em Mozarlândia foi suspensa pelos chineses em 11 de março, inicialmente por uma semana, mas, depois, em 24 de março, a Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) manteve a suspensão por tempo indeterminado.
No mercado externo, a receita líquida da operação em dólares caiu 6,4% quando comparada à do 2T21. “A queda nos volumes para grande China, dado o lockdown no país e a suspensão de uma importante planta para exportação, pressionou as vendas para este destino”, acrescentou a empresa.
Na América do Norte, a demanda por carne bovina permaneceu aquecida, contribuindo positivamente para o crescimento da receita líquida da JBS Beef que foi de R$27,2 bilhões, uma queda de 4,6% em relação ao 2T21, com um Ebitda ajustado de R$ 3,1 bilhões. A receita líquida da divisão JBS USA Pork foi de R$ 10,4 bilhões, 3,2% menor que o 2T21 e o Ebitda ajustado foi de R$680 milhões.
A JBS Austrália teve receita líquida no 2T22 de R$ 8,2 bilhões, alta 22,5% em relação ao 2T21, com um Ebitda ajustado de R$ 712,3 milhões. “As vendas no mercado interno representaram 39% da receita total do período e foram 12% superiores ao 2T21, impulsionadas pelas adições da Huon e Rivalea, que possuem grande foco no mercado doméstico”, disse a companhia em referência a empresas adquiridas.