As contas levam em consideração a alta inércia inflacionária, após três anos de inflação acima da meta, e o retorno de impostos federais, temporariamente zerados, dos combustíveis. Apesar da tendência de perda de força do consumo em meio aos juros mais altos, que deve contribuir à desinflação, a economista da XP Tatiana Nogueira observa que os itens administrados são geralmente menos sensíveis às condições de mercado e mais sensíveis à inflação passada, dada a indexação dos contratos.
A economista diz ainda que, combinado ao repasse de custos elevados deste ano, o efeito base explica a perspectiva de aceleração dos administrados em 2023, uma vez que, neste ano, os preços caíram abruptamente por causa da desoneração de energia, combustíveis e telecomunicações. Apesar disso, a XP prevê inflação caindo para 5,5% em 2023, apontando sinais de descompressão nos preços de alimentos e bens industriais.