“A passagem por este ciclo tem sido bastante satisfatória. Traz desafios momentâneos, mas fortalece instituições e cria outras oportunidades. Podem preencher nichos que podem não estar sendo atendidos de forma adequada.”
O diretor se refere às Sociedades de Crédito Direto (SCD), que podem fazer empréstimos com capital próprio, e às Sociedades de Empréstimo entre pessoas (SEP), que fazem intermediação na operação de crédito entre pessoas credoras e devedoras. Conforme o BC, há 76 SCDs autorizadas e 10 SEPs.
Damaso ainda disse que é preciso que as fintechs de crédito se disseminem para outras partes do País, além do Sudeste, e que o papel do BC é fomentar esse debate e ajudar na difusão de oportunidades para criação de instituições locais em outras partes do Brasil.
Ele ainda repetiu que o uso das fintechs de crédito, como as SCDs, por empresas não financeiras para integrar elos da cadeira, como fornecedores, também é um desenvolvimento salutar, que tampouco era esperado pelo BC.
Como mostrou o Broadcast, tem crescido o interesse de empresas para criação de braços financeiros, por meio dessas estruturas, que são mais leves e baratas do que instituições tradicionais, como bancos. “É um processo de inovação na cadeia de negócios e traz benefícios para sociedade como um todo. A gente tem analisado com muito carinho, mas é um desenvolvimento muito salutar.”
Damaso participou de evento de lançamento do Estudo Conquistando a Maturidade, relativo a fintechs de crédito, realizado pela Associação Brasileira de Crédito Digital e pela PWC.
O estudo mostra que R$ 12,7 bilhões foram concedidos pelas fintechs de crédito em 2021, quase o dobro de 2020 e cerca de cinco vezes do valor de 2019, de R$2,6 bilhões. Além disso, a sondagem aponta que 74% das fintechs de crédito estão em fase de consolidação ou expansão, de fatia de 49% em levantamento de dois anos atrás, sendo que 40% do total tem faturamento anual/investimento total acima de 20 milhões.
O principal foco é em pessoas físicas (43%), mas 39% operam com empresas e famílias. Segundo a pesquisa, a maioria dos participantes apontou que buscam se diferenciar do mercado tradicional com aprovação de crédito mais rápida e menos burocrática, mas também foram bem citados a melhoria do atendimento ao cliente e o aumento do índice de aprovação de crédito.
Quanto à autorização para operar pelo BC, 38% do mercado já obteve e 11% está aguardando, mas 6% responderam que não solicitaram e nem vão fazer o pedido junto ao BC.