A Educação Financeira é um tema sempre relevante, pois forma cidadãos conscientes no manejo financeiro. Se olharmos pelo retrovisor ao longo de 2022, muitos de nós alteramos a maneira como gastar dinheiro. Alguns elencaram as prioridades emergenciais, outros reconfiguraram o orçamento familiar e outra parcela manteve com afinco seu planejamento financeiro.
De qualquer forma, seja qual for sua visão de curto, médio ou longo prazo, há um assunto que perpassa todos os nossos momentos financeiros: a Reserva de Emergência.
Quem já construiu um colchão financeiro o alívio é maior quando passamos por um período de incertezas. A redução de renda ou perda de emprego são momentos amargos, por exemplo. Contudo, podem ser amenizados pelo uso inteligente da Reserva de Emergência. Por outro lado, sem a reserva, a pressão pelo ajuste orçamentário aumenta, criando desajustes financeiros.
Exemplo prático: as pessoas que utilizaram o cartão de crédito – juros altíssimos – e deixaram de pagar o total da fatura podem entrar num círculo vicioso em suas finanças pessoais. Neste caso, o uso da Reserva de Emergência seria a melhor decisão: pagar em dia o cartão. Lembre-se de que pagar parcelado é adiar a quitação nos meses seguintes.
O consumo é assunto fundamental da Educação Financeira. Nesse sentido, torna-se cada vez mais relevante o reforço do autoconhecimento e da compreensão do perfil de investidor que respeite quem somos.
É preciso refletir: você tem conversado sobre você mesmo?
Quando vinculamos nossas perspectivas somente ao dinheiro, esquecemos de dois pontos elementares comprometidos com um planejamento ético e responsável comum a cada pessoa:
- O que pretendo fazer com o dinheiro que invisto?
- Como a minha vida será afetada por essa decisão?
As duas indagações abrem caminho ao tipo de vida que desejamos ter. Este é o ponto de partida para decisões financeiras sólidas. Howard Marks, grande investidor, em seu livro O mais importante para o investidor diz:
“Ninguém inicia sua carreira de investimentos com uma filosofia já amadurecida. Ela é a soma de muitas ideias acumuladas, derivadas de múltiplas fontes no decorrer de um longo período”.
Que vida realmente quero viver? A esta pergunta, seguem-se os desdobramentos:
- Como (com que estilo)?
- Onde (em que lugar)?
- Com quem (sozinho, em família, amigos…)?
- Quando (momento, fases da vida)?
Diante disso, esteja comprometido com a experiência de primeiro conhecer-se melhor, sua história, suas expectativas de vida, sem apertos financeiros via Reserva de Emergência. Ponderando os questionamentos, seu projeto de vida tende a se realizar com maior consistência.
Este artigo tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira via Luiz Alberto Caser, especialista da Valor Investimentos.