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Região da América Latina e do Caribe deve perder fôlego e crescer 2,7%, diz Cepal

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Estadão Conteúdos

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) espera um crescimento de 2,7% para a região em 2022, de acordo com o relatório anual divulgado nesta terça-feira, 23. Em sua nova edição de seu “Estudo Econômico da América Latina e do Caribe”, a entidade sobre os desafios de reavivar o investimento e o crescimento em um contexto de crescentes restrições externas e internas.

A Cepal projeta que a América do Sul cresça 2,6% (contra 6,9% em 2021), o grupo América Central e México 2,5% (contra 5,7% em 2021) e o Caribe – a única sub-região a crescer mais do que em 2021 – em 4,7%, excluindo a Guiana (contra 4,0% no ano anterior).

De acordo com o relatório, uma sequência de crises levou ao cenário de baixo crescimento e aceleração da inflação na economia global. Associado a um crescimento comercial mais lento, a valorização do dólar e o aperto das condições financeiras globais devem afetar negativamente os países da região.

“Em um contexto de múltiplos objetivos e restrições crescentes, a coordenação da política macroeconômica é necessária para apoiar a aceleração do crescimento, dos investimentos, da redução da pobreza e da desigualdade, ao mesmo tempo em que se trata da dinâmica inflacionária”, disse Mario Cimoli, secretário-executivo interino da Cepal.

O documento destaca que os países da América Latina e do Caribe enfrentam um panorama econômico complexo em 2022 e nos anos seguintes. Além do crescimento econômico mais lento, existem fortes pressões inflacionárias, criação lenta de empregos, queda de investimentos e crescentes demandas sociais. Esta situação resultou em grandes desafios para a política macroeconômica, que deve conciliar políticas para impulsionar a recuperação econômica com políticas destinadas a controlar a inflação e tornar as finanças públicas sustentáveis.

O complexo cenário doméstico da região é agravado por um cenário internacional no qual a guerra entre a Rússia e a Ucrânia levou a tensões geopolíticas crescentes, crescimento global menos dinâmico, redução da disponibilidade de alimentos e aumentos nos preços da energia. Isto aumentou as pressões inflacionárias que vinham ocorrendo como resultado dos choques de fornecimento gerados pela pandemia da covid-19, diz o relatório.

O Estudo Econômico 2022 também mostra que o conflito na Ucrânia intensificou a dinâmica ascendente dos preços de commodities desde o segundo semestre de 2020, empurrando alguns preços para máximas históricas.