Ainda não haverá paralisação de serviços do BC, mas o sindicato já alertou nesta terça que, se não houver avanços na negociação, a categoria pode iniciar uma “operação diferenciada”, com impacto sobre algumas atividades da autarquia.
A nova mobilização ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar uma proposta de reajuste de 18% nos salários do Judiciário em 2023. Os servidores reclamam da demora do governo para enviar a proposta de reestruturação de carreira do BC para o Congresso e cobram uma reunião com o Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
A categoria encerrou a greve em busca de recomposição salarial e reestruturação de carreira no dia 5 de julho, após mais de 90 dias de mobilização. Com o veto do governo a qualquer aumento no contracheque do funcionalismo federal este ano, a única vitória da categoria com a greve foi o envio de uma proposta de Medida Provisória ao Ministério da Economia com a pauta não salarial. Dentre os pontos pedidos, há a exigência de ensino superior em concursos para o órgão, a mudança do nome do cargo de analista para auditor, a criação de uma taxa de atividade e de um bônus de produtividade.
A proposta, contudo, “empacou” na Economia. Segundo fontes, a pasta indicou que só aceita, sem alterações, a proposta de mudança do nome do cargo de analista. No caso da taxa de administração, um valor que seria cobrado dos regulados para sustentar o funcionamento do órgão, disse que teria que ir para o caixa único do Tesouro Nacional.
Nos corredores do BC, há insatisfação com a maneira que o movimento dos servidores foi conduzido pela diretoria do órgão, com queixas sobre a articulação política.
A greve este ano prejudicou uma série de serviços e publicações importantes do BC, algumas delas ainda não estão em dia.