Fontes consideram que essa divergência reflete as diferenças entre os mercados americano e brasileiro – aquele mais propenso à tomada de riscos a longo prazo, e este, mais atento a questões de curto prazo da atividade bancária.
O fundador do Nubank, David Vélez, tem dito a interlocutores que analistas e investidores locais ainda não entenderam a fintech, enquanto os estrangeiros, até pelo contato com empresas semelhantes, mostram compreensão maior. Internamente, ele tem cobrado a diretoria a explicar melhor a história do Nubank ao mercado, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Entre os brasileiros, Bradesco BBI, Itaú BBA e Santander recomendam a venda do papel, enquanto o BTG tem recomendação neutra. Entre os estrangeiros, Goldman Sachs, Citi e Morgan Stanley têm a recomendação de compra – a exceção é o JPMorgan, com recomendação de venda.
Para explicar melhor seu negócio, o Nubank argumenta que está no início da jornada, com cerca de 10 anos de existência, enquanto os grandes bancos, como Itaú e Bradesco, têm décadas de história. O investidor estrangeiro vê chances de o neobanco ganhar mais escala, enquanto nos bancões, com trilhões em ativos, essa chance é menor.
O Nubank explica que seu cliente gera uma boa receita média por mês, um dos indicadores mais avaliados em bancos digitais, mas pouco lembrado nos tradicionais. Na fintech, esse número chegou a US$ 7,80 ao fim de junho.
Nos grandes bancos, que oferecem mais produtos e serviços, é de US$ 40. Na média, o Nubank pode não chegar a esse valor, mas o estrangeiro vê maior chance de a diferença diminuir, enquanto o local foca na influência dos fatores conjunturais sobre a alta, apostando que, em um cenário mais adverso no curto prazo, a fintech terá de seguir colocando o pé no freio do crédito, crescendo menos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.