Em carta enviada aos cotistas, Arthur Fraga Bahia admite que montou uma posição arriscada no fundo, por meio de compra e venda de opções da empresa americana Clarus Corporation, que produz de equipamentos de montanhismo a armamentos. “Até uma semana atrás a operação estava caminhando bem, mas há cinco dias, para sair da operação, tive de alavancar o fundo por alguns dias”, explicou Arthur.
Ao fazer isso, segundo ele, o custo diante do fundo tirou a margem de garantia, o que o obrigou a liquidar a posição em dois dias, gerando “perdas irreparáveis”. “Não sei onde começar a pedir desculpas”, disse.
O sobrinho do ex-presidente do BC disse que ele “não apenas perdeu dinheiro”, mas também “acabou com sua carreira”. “Mais de 95% do meu patrimônio e dos meus sócios estava no fundo”, disse ele, na carta.
Conforme dados disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o fundo tinha, em junho deste ano, um patrimônio de R$ 21 milhões, ou seja, bastante pequeno se comparado aos produtos de gestoras mais conhecidas do mercado. Em julho de 2021, o valor era bem maior, de R$ 73 milhões. Hoje, o patrimônio do fundo está na casa dos R$ 8 milhões – uma queda de exatos 89,04%.
Além da Clarus, que era sua maior posição, o fundo tinha posição em empresas como o grupo Disney e até mesmo a XP, que é listada nos EUA, segundo dados mais recentes disponíveis, referentes ao fim de 2021.
Ainda de acordo com a CVM, o fundo tinha três cotistas, dentre eles o ex-presidente do BC. Procurado por meio de sua gestora, a Gávea, Fraga não retornou ao pedido da reportagem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.