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Fundo de sobrinhos de Armínio Fraga perde 90% do patrimônio

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Estadão Conteúdos

Uma aposta equivocada no mercado de ações dos EUA levou a uma queda de cerca de 90% de valor em um fundo da gestora carioca TT Investimentos, fundada por dois sobrinhos do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que era um dos cotistas da opção de investimento, que foi lançada em 2018.

Em carta enviada aos cotistas, Arthur Fraga Bahia admite que montou uma posição arriscada no fundo, por meio de compra e venda de opções da empresa americana Clarus Corporation, que produz de equipamentos de montanhismo a armamentos. “Até uma semana atrás a operação estava caminhando bem, mas há cinco dias, para sair da operação, tive de alavancar o fundo por alguns dias”, explicou Arthur.

Ao fazer isso, segundo ele, o custo diante do fundo tirou a margem de garantia, o que o obrigou a liquidar a posição em dois dias, gerando “perdas irreparáveis”. “Não sei onde começar a pedir desculpas”, disse.

O sobrinho do ex-presidente do BC disse que ele “não apenas perdeu dinheiro”, mas também “acabou com sua carreira”. “Mais de 95% do meu patrimônio e dos meus sócios estava no fundo”, disse ele, na carta.

Conforme dados disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o fundo tinha, em junho deste ano, um patrimônio de R$ 21 milhões, ou seja, bastante pequeno se comparado aos produtos de gestoras mais conhecidas do mercado. Em julho de 2021, o valor era bem maior, de R$ 73 milhões. Hoje, o patrimônio do fundo está na casa dos R$ 8 milhões – uma queda de exatos 89,04%.

Além da Clarus, que era sua maior posição, o fundo tinha posição em empresas como o grupo Disney e até mesmo a XP, que é listada nos EUA, segundo dados mais recentes disponíveis, referentes ao fim de 2021.

Ainda de acordo com a CVM, o fundo tinha três cotistas, dentre eles o ex-presidente do BC. Procurado por meio de sua gestora, a Gávea, Fraga não retornou ao pedido da reportagem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.