“O número de trabalhadores é muito maior que um ano atrás”, justificou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. “O crescimento no número de trabalhadores é tão grande que, mesmo não havendo avanço no rendimento, a massa consegue expandir 7,7%.”
Na comparação com o trimestre terminado em maio, a massa de renda real subiu 4,7% no trimestre terminado em agosto, com R$ 11,912 bilhões a mais.
“A massa de rendimento fica mais forte (nessa comparação) porque tem crescimento tanto no número de trabalhadores quanto na renda real”, explicou Adriana Beringuy.
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 3,1% na comparação com o trimestre até maio, R$ 80 a mais, para R$ 2.713.
Segundo Adriana Beringuy, a melhora na renda está fundamentalmente associada à deflação registrada no País no período. O avanço teve colaboração também do aumento no número de pessoas trabalhando com carteira assinada, embora a renda média da categoria tenha ficado estável. Entre os ocupados, a categoria que impulsionou de fato o aumento no rendimento médio foi a de empregadores, com um salto de 11,5% na renda média, R$ 689 a mais em apenas um trimestre.
Em relação ao trimestre encerrado em agosto do ano passado, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados caiu 0,6%, R$ 17 a menos.
A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 3,8% no trimestre terminado em agosto ante o trimestre encerrado em maio.
“Em outros momentos, a renda em termos nominais subia, em termos reais caía”, lembrou Adriana Beringuy. “O rendimento nominal já vinha expandindo há três trimestres consecutivos, e só agora o real incorpora ganhos.”
Já na comparação com o trimestre terminado em agosto de 2021, houve elevação de 9,4% na renda média nominal. “Nessa comparação em 12 meses, o índice de inflação ainda é muito significativo”, disse.