O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou nesta terça, com investidores e analistas avaliando indicadores e ponderando sobre eventuais ajustes na política monetária. Alguns acreditam que a perda de fôlego econômica pode levar a um aperto menos duro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), embora os dirigentes renovassem o compromisso na luta contra a inflação.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 144,06 ienes, o euro subia a US$ 0,9989 e a libra tinha alta a US$ 1,1476. O índice DXY ampliou perdas à tarde e terminou em baixa de 1,50%, em 110,065 pontos.

A moeda britânica foi apoiada por notícias de que o governo do Reino Unido pode enfrentar mais dificuldades para concretizar seu pacote fiscal, mal recebido pelo mercado. Nesse contexto, o DXY já exibia perdas pela manhã, em quadro de apetite por risco e ampliando as perdas da sessão anterior. O movimento se estendeu, em meio à divulgação de indicadores. O relatório Jolts mostrou abertura de 10,053 milhões de postos de trabalho em agosto nos EUA. Segundo o Goldman Sachs, esse número ficou bem abaixo do esperado. O BMO Capital, por sua vez, apontava que havia um movimento de reavaliação sobre a trajetória da política monetária global, com a possibilidade de postura menos dura diante da perda de fôlego no crescimento global.

Entre os dirigentes do Fed, o diretor Philip Jefferson previu crescimento “abaixo da tendência”, no momento em que o BC atua para conter a inflação. Mary Daly (São Francisco), por sua vez, disse que o ritmo de contratações deve desacelerar nos EUA, nesse contexto.

Também esteve em foco a política monetária da Austrália. O BC local decidiu aumentar a taxa básica de juros em 25 pontos-base, abaixo da previsão de 50 pontos-base do mercado em geral. O ANZ comentava em relatório que isso pode ter sido lido como prenúncio de altas menos duras nos juros pelo mundo, conforme aumenta a preocupação com a deterioração no crescimento. No horário citado, o dólar australiano caía a US$ 0,6501.