Segundo Mester, a inflação “inaceitavelmente alta e persistente” continua sendo o principal desafio, assim como as interrupções na cadeia de suprimentos. Dessa forma, para ela, o BC americano precisa continuar a aumentar as taxas de juros. “Riscos para as previsões de inflação estão enviesados para o lado positivo”, destacou. “Estamos empenhados em usar ferramentas para chegar a estabilidade de preços. Política monetária, que ainda não é restritiva, precisará se tornar para chegarmos nos 2%”, defendeu.
Segundo ela, a trajetória mediana dos Fed Funds tem taxas subindo para 4,4% até o final deste ano e para 4,6% no próximo ano. Embora esteja claro que as taxas precisam subir de seu nível atual, o tamanho dos aumentos dependerão das perspectivas de inflação, pontuou. “Analisaremos uma variedade de dados e coletaremos informações econômicas para ajudar a orientar nossas decisões políticas”, garantiu. “Dadas as condições econômicas atuais e as perspectivas, na minha opinião, neste momento, os maiores riscos vêm de apertar muito pouco e permitir que uma inflação muito alta persista e se incorpore à economia”, completa.
No entanto, a banqueira central argumenta que levará alguns anos até que a inflação retorne à meta de 2%. “Dadas as condições financeiras apropriadamente restritivas, minha perspectiva é que a inflação caia sensivelmente no próximo ano, para cerca de 3,5%, e continue caindo, atingindo nossa meta de 2% em 2025”, prevê. Esse retorno à estabilidade, no entanto, implicará em crescimento abaixo da tendência nos próximos anos. “É possível que um choque leve a economia dos EUA à recessão por um tempo”, ressaltou.
Com relação ao mercado de trabalho, ela destaca que há alguns sinais de moderação, porém as condições continuam fortes, com a demanda superando a oferta. A dirigente também foi questionada sobre o balanço patrimonial, e ela respondeu não saber até quanto ele deve ser reduzido.