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Latam planeja deixar recuperação judicial em 3 de novembro

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Estadão Conteúdos

A Latam Airlines informou que planeja deixar o processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos no dia 3 de novembro, após realizar captações de dívida na última semana. A aérea já havia informado que sairia do processo no início do próximo mês, sem divulgar, no entanto, uma data exata.

“Este processo permitirá ao Grupo emergir mais ágil, com uma estrutura de custos mais competitiva, liquidez adequada para enfrentar o futuro, com aproximadamente US$ 10,3 bilhões em patrimônio, e cerca de US$ 6,9 bilhões em dívida”, disse a Latam, em nota publicada em seu site.

A Latam entrou em recuperação judicial nos EUA em maio de 2020, após ver sua situação financeira fragilizada pelo forte impacto da pandemia da covid-19 no setor aéreo. A operação brasileira seguiu o mesmo caminho 45 dias depois, após o fracasso de negociações de financiamento com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na saída do processo de recuperação, os credores ficarão com 66% do capital da Latam, e os atuais acionistas – as aéreas Delta e Qatar e a Família Cueto – terão 27%. Hoje, carregam cerca de 47%.

De acordo com a aérea, na data definida para o fim do processo, o Grupo Latam Airlines entregará as ações e os bonds conversíveis aos acionistas e credores, e pagará determinadas obrigações e outras tarifas estabelecidas em seu plano de reorganização.

A aérea também disse que enviou avisos de financiamento para finalizar o recebimento de US$ 5,4 bilhões em novos recursos, detalhados no plano de reestruturação. Adicionalmente, informou que os credores de classe 5 que requeriam a subscrição de títulos com a injeção de recursos novos subscreveram 36.215.217 bonds de classe C conversíveis.

Segundo a Latam, notificações foram enviadas ontem às partes envolvidas no processo para que os credores aportem cerca de US$ 3,6 bilhões na companhia, e os acionistas, cerca de US$ 736 milhões.

Nesta semana, a Latam emitiu US$ 1,15 bilhão em títulos de dívida, parte com vencimento em cinco anos, e parte, em sete. Como mostrou o Broadcast, o resultado da emissão foi menos favorável do que a empresa esperava. Em paralelo, a companhia também conseguiu um financiamento de US$ 1,1 bilhão por cinco anos.

Os recursos serão usados para pagar outro financiamento que a companhia havia feito no início do processo de recuperação. A empresa também obteve uma linha de crédito rotativa de cerca de US$ 500 milhões.