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Economia: ‘desoneração da folha é complicada, mas necessária’, diz Rogério Boueri

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Estadão Conteúdos

O assessor especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, disse nesta terça-feira, 18, que a aprovação da desoneração da folha de salários é algo complicado, mas necessário ao País, durante almoço com empresários realizado pelo Instituto Unidos Brasil (IUB), em Brasília. Ele salientou que não há uma proposta nessa área em andamento na pasta e que precisaria de um “input” da sociedade nessa direção.

“Embora muita gente da equipe (econômica) e eu também não goste, o imposto sobre transações é bem melhor do que os encargos sobre a folha”, disse em referência à proposta de recriação da CPMF. “Eu jamais advocaria sobre o imposto sobre transações, mas fazer uma troca significaria uma melhora da eficiência da economia brasileira”, acrescentou.

Boueri relatou que o ministro Paulo Guedes também “odeia o encargo” sobre a folha de pagamentos. “Tanto que, quando surgiu a questão de financiar o aumento do piso da enfermagem, ele logo disse que era preciso desonerar essa folha dos hospitais privados”, disse. “Precisamos de uma alternativa a essa desoneração”, continuou.

PIB

Rogério Boueri previu que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 2,9% este ano. “Mudou a forma de como a economia está operando. Estamos batendo nesta tecla desde 2000. Só o carrego nos faz chegar a crescimento de 2,4%, então não estamos sendo exagerados ao pensar em 2,9%”, disse no almoço com empresários realizado pelo IUB.

O assessor especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia comentou sobre um estudo da pasta, adiantado com exclusividade pelo Estadão/Broadcast em agosto, sobre diferenças das projeções do mercado financeiro para o crescimento do PIB e a realidade. “Talvez tenha um sabor (de ser contra o governo), mas a verdade é que a estrutura está mudando e os modelos não estão captando essa mudança de estrutura. O FMI já admitiu isso”, disse.

Boueri disse que acabou de voltar dos encontros anuais do FMI e do Banco Mundial. “Não gosto muito de cantar vantagem, mas hoje vou. O Brasil foi o grande astro desses encontros”, afirmou. “Estamos cientes de que fizemos muitas coisas, mas faltam algumas, como a desoneração.”

Segundo Boueri, o retorno da taxa de investimento já aumentou no Brasil, mas ainda não chegou aos patamares de 2008, 2009, quando, segundo ele, as mensurações estavam ligadas ao auxílio do governo às empresas “campeãs nacionais”. Havia um programa no BNDES para financiar setores e companhias que se destacam na atuação internacional. “É boa a notícia de que o setor privado está puxando o investimento. Poderia ser mais, mas é uma boa notícia”, considerou.