A rede Accor é líder em hotelaria no País. No total, são 336 hotéis espalhados pelo Brasil, de 12 bandeiras, desde marcas de luxo, como a Fairmont, até populares, como a rede Ibis. Entre as outras bandeiras da rede estão Mercure, Pullman, Sofitel e Novotel.
O foco da multinacional é o mercado de assinatura, que está crescendo em ritmo acelerado Brasil – algo facilmente identificado pelos serviços de streaming. Mundialmente, a consultoria TBRC estima que o mercado de assinatura deverá atingir neste ano US$ 120 bilhões neste ano. A projeção é que o setor vá dar um salto para US$ 904 bilhões até 2026.
O programa da Accor, que foi batizado de All Signature, será lançado oficialmente em janeiro de 2023. Sem abrir dados, a empresa afirma que sua meta é atingir 3% de sua base do programa de fidelidade All, que hoje tem 3 milhões de membros, em cinco anos. Ou seja: a perspectiva é ter até 90 mil assinaturas em 2026. Pelo programa de fidelidade, a troca de pontos pode ser feita por hospedagens, descontos, gastronomia e entretenimento.
O diretor de fidelidade da Accor na América do Sul, Flávio Gordiano, conta que o programa começou a ser estudado pela empresa em 2018, com o lançamento inicialmente previsto para 2020. A pandemia de covid-19, que afetou em cheio o setor hoteleiro, acabou atrasando o processo. “O lançamento está ancorado no potencial dos programas de assinatura no Brasil, mercado que cresce muito”, frisa o executivo.
Por já ter um programa de fidelidade, a empresa percebeu que também poderia pegar carona no crescimento de serviços por assinatura, após ter observado a receptividade do público brasileiro nesse tipo de proposta. Uma pesquisa da Toluna Insights, realizada com mais de mil brasileiros, apontou que 30% dos consumidores se interessam por assinaturas de serviços voltados a hotéis – esse dado ajudar a embasar o lançamento do novo produto.
No mundo, a Accor já possui serviços de assinatura na Austrália e na China, mas no Brasil o formato será diferente. Ao contrário dos dois países, por aqui haverá uma conexão com o programa de fidelidade da rede e tem a característica de garantir que 90% dos pontos acumulados sejam gastos dentro do próprio ecossistema da Accor. “Acreditamos no potencial do programa de assinaturas aumentar em 10% a nossa base de clientes do programa de fidelidade. O engajamento vai ser maior”, diz Gordiano.
Quanto custa?
A Accor dividiu o público potencial ao programa de assinatura em perfis. Para o programa de entrada, com assinatura mensal de R$ 119, a leitura é que o alvo serão pessoas de 25 a 30 anos, com salário de até R$ 5 mil.
Nesse plano de entrada, a assinatura não dá direito de forma direta a diárias ou serviços, mas sim a pontos, que podem ser trocados por hospedagens – mais ou menos como acontece em programas como o Smiles, que dá milhas que podem ser trocadas por voos ou por outros serviços.
No plano de entrada, o assinante ganha 1.000 pontos por mês. Segundo a Accor, a partir de 2 mil pontos, a equivalência em valor é de 40 euros (cerca de R$ 200), que pode ser trocado por diárias ou serviços.
Para a assinatura intermediária, com uma mensalidade de R$ 345 ao mês, o alvo são pessoas entre 31 e 40 anos, com renda entre R$ 5 e R$ 12 mil. Para esse público já haverá benefícios como acesso a um lounge no hotel Pullman, em Guarulhos, e acesso a ingressos antecipados e direito à área vip de eventos como o carnaval de Salvador e do Rio de Janeiro, por exemplo.
No plano premium, o assinante pagará R$ 560 por mês: nesse caso, a ideia é atrair pessoas acima de 40 anos, com renda acima de R$ 12 mil. O “extra”, nesse caso, vão refeições exclusivas a experiências em hotéis como o Sofitel Guarujá Jequitimar e o Santa Teresa Hotel, no Rio de Janeiro.
Segundo Roberta Vernaglia, vice-presidente de marketing e estratégias digitais da Accor na América do Sul, a ideia do clube é potencializar o valor da marca, convencendo o cliente a ficar dentro das bandeiras da empresa na hora de decidir por um hotel.