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JSL cresce na África do Sul e já mira entrada nos EUA e na Europa

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Estadão Conteúdos

Após estender sua atuação para países do Mercosul, como o Paraguai, a JSL – empresa de logística do grupo Simpar, da família Simões – está desbravando as estradas de um mercado muito mais distante: a África do Sul. Assim, a companhia começa a dar robustez à sua estratégia de internacionalização, uma das promessas que fez ao captar R$ 693 milhões em seu IPO, realizado em 2020.

Embora o atendimento a mercados próximos represente desafios – como a entrega de peças a fabricantes argentinas de veículos que trabalham praticamente sem estoques -, esse tipo de logística na verdade usa a estrutura da operação brasileira para as entregas.

A internacionalização de verdade veio por meio da compra da Fadel, que lhe garantiu uma estrutura própria no Paraguai, e do início da operação na África do Sul.

Quem está no comando do projeto sul-africano da JSL é um ex-executivo da Fadel, empresa que foi adquirida pela companhia brasileira em 2020, uma das cinco compras feitas após sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), há dois anos.

Desde então, Ramon Alcaraz, primeiro executivo fora da família Simões a assumir a JSL, substituiu Fernando Simões, que ficou 12 anos na empresa fundada pelo seu pai, Julio Simões.

“Fizemos uma experiência no Paraguai, com uma subsidiária da Ambev, e hoje estamos com 100 caminhões e 500 funcionários. No início de 2022 começamos com uma operação na África do Sul, com uma empresa do grupo Ambev”, conta Alcaraz.

A chegada ao país africano tem rendido bons frutos. De 50 caminhões e 150 funcionários dedicados à operação local, aberta no início deste ano, hoje são 225 veículos e quase mil funcionários. “Há mais complexidade e desafios, já que a cultura é diferente. Mas é um mundo de oportunidade”, comenta o executivo da JSL.

“Empresas que não são nossas clientes no Brasil ficaram sabendo (da operação na África do Sul) porque começamos a ficar representativos. Com isso, temos estudado algumas propostas, queremos crescer, mas de forma correta”, explica. Segundo Alcaraz, a empreitada tem ajudado a consolidar os planos da companhia para outras regiões, incluindo Europa e Estados Unidos. “Já fomos com esse propósito”, afirma o executivo.

Aquisições na mira

De acordo com Alcaraz, o braço externo ainda está amadurecendo, mas há espaço para crescimento, que virá com a expansão das próprias operações ou por meio de aquisições – que estão sob análise. Neste ano, o grupo Simpar comprou uma empresa de tecnologia chamada Truckpad e segue olhando para negócios que possam acelerar o crescimento fora da fronteira brasileira.

Considerando uma projeção para o início do próximo ano, tendo em vista os contratos já firmados e que ainda serão executados, a receita externa deve chegar a 3% do faturamento da companhia, que foi de R$ 4,2 bilhões no ano passado. Mas o grupo enxerga espaço para um avanço relevante. A ideia é que, no longo prazo, a fatia em dólar do faturamento chegue a 30% do total.

O projeto de internacionalização também está no radar de outros negócios do grupo Simpar. A Movida, empresa de aluguel de veículos do grupo, comprou uma empresa portuguesa do setor, a Drive on Holidays (DOH).

O grupo Simpar tem capital aberto na Bolsa há mais de dez anos, inicialmente como Júlio Simões Logística. Os negócios foram se ampliando e, em uma reestruturação, a holding foi rebatizada de Simpar. E as subsidiarias abriram capital: JSL Logística, Movida e Vamos.

Diversificação de receitas

Em relatório recente, o BTG Pactual disse que a JSL vem cumprindo suas promessas feitas no IPO em 2020, com a busca da diversificação das receitas, algo que tem sido feito exatamente por meio de aquisições. Os analistas da instituição financeira afirmaram que a empresa é a principal plataforma de logística do País e que tem conseguido aproveitar as oportunidades de crescimento.

“Esperamos que a JSL mantenha sua estratégia de crescimento orgânico e inorgânico e expanda sua presença geográfica nos próximos anos. Os investidores devem acompanhar os impactos da inflação nas operações e na lucratividade da empresa”, disseram os analistas do BTG.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.