A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a etapa regular em 12,875%, de 12,832% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,67% para 11,82%. A do DI para janeiro de 2027 passou de 11,51% para 11,71%. O giro, normalmente mais fraco às segundas-feiras, foi reforçado pelo ajuste de posições decorrentes do quadro eleitoral.
Enquanto no exterior o dia foi positivo para ativos de risco, por aqui o evento do domingo disparou correção, um pouco mais expressiva nas ações e na moeda justamente porque eram os ativos que mais tinham “andado” na esteira do quadro de empate técnico nas pesquisas eleitorais entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Os juros, diante da pressão do Treasuries e risco fiscal, devolveram prêmios com mais parcimônia na semana passada e era natural que nesta segunda sofressem em menor intensidade. O Ibovespa caiu 3% e o dólar voltou para R$ 5,30.
De todo modo, a curva teve ganho de inclinação, com a ponta longa abrindo cerca de 20 pontos-base. “Tivemos indicadores de atividade fraca nos PMIs, mas o que está pegando de verdade são as notícias envolvendo o caso Roberto Jefferson. Sabemos que isso será explorado nas campanhas, apesar de Bolsonaro ter respondido até que bem, sem atacar o STF, condenando o episódio”, afirmou a economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, lembrando que Bolsonaro afirmou que “quem atira em policial é bandido”.
Jefferson atacou os policiais com tiros de fuzil e granadas, que feriram dois deles. Depois de resistir à prisão por horas, foi capturado e está detido em um presídio no Rio. Bolsonaro disse ser “mentira” que ele e o político já tenham sido próximos.
O inesperado ataque esquenta ainda mais a semana pesada de eleição, eventos e indicadores, o que por si só tenderia a chamar alguma cautela. Na terça, tem o IPCA-15 de outubro, que, segundo a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, deve acelerar a 0,09%, depois de cair 0,37% em setembro. Na quarta-feira, o Copom decide sobre a Selic e o consenso das apostas aponta para manutenção no nível de 13,75%. No exterior, haverá decisão reunião do Banco Central Europeu (BCE) na quinta e a inflação do PCE (preços de gastos com consumo, em inglês), na sexta, que vai testar os discursos mais dovish do Federal Reserve na semana passada.