No Copom de setembro, o BC indicou a manutenção da Selic por “período suficientemente prolongado” para alcançar a convergência da inflação para a meta, mas alertou que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, pode voltar a subir os juros.
Depois, os membros do Copom sinalizaram que o BC estava confortável com o cenário que a Focus exibe para a Selic. “Usando a curva do Focus com corte em junho, mostramos que a gente atinge nossos objetivos”, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, na coletiva do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em referência à convergência para a meta em 2024.
Campos Neto evitou, porém, dizer quão “suficientemente prolongada” deve ser a manutenção da Selic em níveis elevados para se que chegue às metas de inflação.
No Copom desta semana, os anos de 2023 e 2024 devem passar a ter o mesmo peso para o colegiado. Até setembro, 2024 tinha menor grau, mas o BC deu ênfase ao horizonte de 12 meses até o primeiro trimestre de do ano em questão.
Atualmente, as projeções do Relatório de Mercado Focus para o IPCA – índice de inflação oficial – são de 5,60% em 2022 e 4,94% em 2023, ambas acima do teto da meta, de 5,00% e 4,75%, nessa ordem. Para 2024, está em 3,50%, superando o alvo central (3,00%), mas aquém do limite máximo de 4,50%.
Os juros básicos atualmente estão no mesmo nível da taxa que vigorou de dezembro de 2016 a janeiro de 2017. O ciclo de alta encerrado em setembro teve 12 aumentos consecutivos a partir da mínima histórica de 2%, alcançada em meio aos efeitos drásticos da pandemia de covid-19.
A análise de conjuntura do Copom se estende pela tarde de hoje e também pela manhã de amanhã. Na sequência, à tarde, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição têm mais uma rodada de discussões antes de anunciarem a decisão sobre a Selic.