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Com venda de R$ 3 bi, Casa dos Ventos mira novos setores

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Estadão Conteúdos

Com o caixa mais gordo depois de vender 34% de participação para a gigante francesa Total Energies, que atua tanto na área de petróleo quanto em fontes alternativas, a brasileira Casa dos Ventos, referência em energia renovável no País, mas ainda mais conhecida pelas eólicas. Agora, a ideia é partir para novas áreas, como o hidrogênio e a amônia.

De acordo com Lucas Araripe, diretor executivo e filho do fundador da Casa dos Ventos, Mario Araripe (ex-Troller), não faltam clientes para a energia limpa: entre as indústrias que se interessam pela força do hidrogênio estão siderúrgicas, produtoras de fertilizantes e companhias de transportes pesados. O hidrogênio, diz Lucas, é uma forma de a empresa ganhar espaço não só no Brasil, mas também no exterior.

“O Brasil pode ser um grande produtor de hidrogênio verde. Nosso custo é muito competitivo, o que permite a exportação da energia renovável de hidrogênio e também amônia. Com as políticas corretas e outras variáveis, como a pauta fiscal, isso pode ser uma grande oportunidade para atrair indústrias para o Brasil”, afirma o executivo.

O acordo com a Total Energies, avaliado em R$ 3 bilhões, garante que os sócios originais da Casa dos Ventos sigam no comando do negócio. O contrato, negociado durante meses, foi anunciado na quarta-feira, conforme antecipou o Estadão no início desta semana. Para selar o negócio, a Casa dos Ventos contou com assessoria financeira do BTG Pactual e assessoria jurídica dos escritórios Mello Torres e Stephen Hood Partners.

Juntas, as empresas esperam reduzir o custo da dívida do negócio, conseguir melhores preços na aquisição de equipamentos, ampliar a clientela e preparar a exportação de energia renovável. A parceria de negócios ficará responsável por construir e operar o portfólio renovável inicial de 6,1 GW da Casa dos Ventos. A longo prazo, a perspectiva da companhia é atingir 12 GW.

Mercado

Segundo estudo da consultoria PwC, o setor de energia gerada a partir do hidrogênio já é uma realidade e deverá ganhar tração especialmente a partir de 2035. Segundo a consultoria, a demanda por hidrogênio pode ser entre 150 milhões e 500 milhões de toneladas por ano em 2050.