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Montadoras param produção por falta de peça; trabalhador não chega às fábricas

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Estadão Conteúdos

Fabricantes de veículos estão com unidades paradas desde a segunda-feira, 31, em razão da falta de peças ou dificuldade dos funcionários chegarem às fábricas por causa dos bloqueios em estradas feitos por caminhoneiros. Eles protestam contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que derrotou o atual presidente, Jair Bolsonaro nas eleições de domingo.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), há problemas “de grandes proporções” em várias montadoras, mas a entidade ainda não conseguiu fazer um levantamento com números. Há fábricas de automóveis, caminhões, ônibus e de máquinas agrícolas paradas ou com produção reduzida seja por falta de componentes ou de pessoal que não consegue chegar aos locais de trabalho.

A fábrica da Peugeot Citroën, do grupo Stellantis, em Porto Real (RJ) não teve operações na segunda e nem nesta terça. Instalada à beira da Via Dutra, a unidade emprega 1,8 mil trabalhadores que, em sua maioria, vão ao trabalho em ônibus fretados pela empresa. Barrados na estrada, eles não conseguiram chegar ao complexo no sul fluminense.

A unidade produz os modelos Citroën C4 Cactus e Peugeot 2008 e também não está recebendo alguns componentes também retidos nos bloqueios.

A Stellantis informa que também monitora a situação na Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais. Eventuais bloqueios poderão afetar também a produção da fábrica da Fiat em Betim (MG).

Há relatos de problemas também em outras fábricas no Rio de Janeiro como a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), em Resende, onde na segunda-feira vários funcionários não conseguiram chegar ao local de trabalho também por causa de um bloqueio na Dutra, próximo à cidade de Barra Mansa. Na segunda e nesta terça, a empresa está operando de forma parcial .

A Renault, de São José dos Pinhais (PR) e a Hyundai, em Piracicaba (SP) também enfrentam dificuldades.

Riscos aos hospitais

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) afirma ver o movimento com preocupação, principalmente no setor de saúde.

“As manifestações colocam em risco o transporte de oxigênio líquido medicinal, destinado a clínicas e hospitais, onde é utilizado para a manutenção e preservação da vida de pacientes em UTIs e CTIs em estado crítico, ou que estejam sofrendo de crise respiratória”, informa a entidade.

Por enquanto, as indústria de pneus, calçados e eletroeletrônicos não registraram dificuldades em razão dos bloqueios que começam a ser dispersados pela polícia em algumas regiões.