A loja autônoma é uma aposta do Muffato para mudar a experiência de compras em mercados. A iniciativa levou cerca de dois anos para ficar pronta, e o investimento foi de R$ 10 milhões. O Muffato ficou mais conhecido nacionalmente ao negociar a compra das lojas do Makro em São Paulo – projeto que já abandonou.
Chamada Muffato Go, a loja de 250 m² tem 3,9 mil sensores e balanças integradas às prateleiras. Toda vez que um produto é retirado da gôndola, os sensores captam os sinais, que são processados pelo software da Sensei, empresa de tecnologia portuguesa. Tudo isso acontece automaticamente.
“O sistema é baseado em três etapas. A primeira é o monitoramento de cada produto e das pessoas que estão na loja. Não há reconhecimento facial, pois o rastreio é apenas pela posição da pessoa. Pelo peso, as prateleiras inteligentes permitem saber qual item foi retirado. Por fim, o sistema foi treinado para reconhecer todos os itens à venda”, diz José Maria Duarte, gerente de operações da Sensei.
O grupo Muffato vai manter sete funcionários na loja, que ficarão responsáveis pelo atendimento ao cliente e pela gestão de estoque. São 2 mil itens à venda. “A parte mais sensacional da experiência de uma corrida no Uber é sair sem precisar fazer nada para pagar. Trouxemos isso para o varejo alimentar”, diz Everton Muffato, que administra o negócio ao lado dos irmãos Eduardo e Ederson.
As etiquetas de preços da nova loja são digitais. Os preços são exibidos em telas que usam tecnologia parecida com a do leitor digital Kindle, e os valores podem ser modificados em instantes – facilitando promoções, por exemplo.
A Amazon descreve a Amazon Go, que inspirou o Muffato Go, como “um novo tipo de loja que não precisa de caixa”. A primeira Amazon Go foi aberta em Seattle, nos Estados Unidos. A unidade era uma loja de conveniência de pequeno porte, que poderia ser replicada em outras regiões.
A versão “tropicalizada” traz itens que fazem parte da vida do brasileiro, como frutas, pão francês e pão de queijo. Nos EUA, as lojas no formato Amazon Go funcionam sem pagamento: a pessoa entra, leva os produtos que quiser e, graças ao aplicativo vinculado à conta da Amazon, simplesmente sai.
ATRASO
Apesar de toda a tecnologia disponível na loja de Curitiba, quem conta cada centavo na hora de ir ao mercado precisará andar pelo Muffato Go com a calculadora mão. O pagamento é automático, mas pode levar alguns minutos depois que o consumidor sair da loja para mostrar o valor que foi gasto. Com o tempo, a expectativa é de que o processamento das compras seja mais ágil.
Aos desastrados, fica o aviso: produtos que caírem da prateleira e quebrarem ou não forem recolhidos serão cobrados do cliente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.