Daniela Marques participou do congresso ABVCap, no Copacabana Palace, na zona sul do Rio.
A executiva destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Caixa, com incentivos ao empreendedorismo feminismo e, também, um olhar atento dos funcionários para situações críticas em que a necessidade de assistência é gritante. “Foi criada uma vice-presidência de sustentabilidade na Caixa, que pode ser hub de conectividade”, afirmou.
Ela salientou a assimetria entre a presença feminina no corpo geral do serviço público e nas lideranças. “Hoje, 52% dos aprovados em concurso público são mulheres, mas nos cargos de comissão, a maior média que já houve foi 27%
Na Caixa, dos 90 mil empregados, cerca de metade são mulheres. “Consegui montar um time de 12 vice-presidências com cinco mulheres.”
Ela contou que tenta buscar o filho na escola todos os dias e estimula os outros funcionários a fazer o mesmo.
Sobre a experiência da Caixa com private equity, Marques lembrou que “o passado teve casos escandalosos” e hoje em dia os controles tornam a gestão muito difícil para o quadro técnico. Se houver perdas, o que é normal no setor, disse a executiva, cria-se uma situação que coloca os gestores na mira de investigações. Segundo Marques, o quadro técnico ficou traumatizado e isso é um dos motivos para a Caixa não ser um indutor, como poderia. “Precisa ter governança muito forte de técnicos para não virar refém e ter o CPF processado sem ter feito nada de errado.”
No mesmo evento, a diretora de emissores da B3, Flávia Mouta, lembrou que 70 companhias se submeteram ao ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e 48 conseguiram entrar. “Na última composição de carteira, um questionário específico sobre diversidade e inclusão tem peso bastante relevante no ISE.”
E lembrou: “A questão da diversidade começou de forma tímida e foi ganhando forma. Primeiro verificada a presença de mulheres, depois a remuneração e enfim ampliando para gênero, raça, origem indígena e refugiados.”
A executiva ressaltou que a B3 tem uma meta de impulsionar mulheres em cargos de gerente para cima e pretende chegar a 35% até 2026. A partir de 2023, incentivará empresas a ter na alta liderança uma mulher e uma pessoa negra, deficiente ou LGBTQIA+.
“Temos papel de indução de boas práticas para outras companhias listadas.”
Por sua vez, Oscar Decotelli, sócio fundador e CEO da DXA Invest, frisou que os meninos pretos e pobres querem ser jogador de futebol ou cantor porque vê os exemplos de sucesso. “É preciso mudar o topo para que as crianças vejam exemplos.” “E não faltam empreendendores negros que já estão crescendo”, disse.