O Ebitda da empresa foi de R$ 368 milhões no período, 1,9% maior do que no terceiro trimestre de 2021, e a margem foi de 32%, estável no comparativo anual. Já o Ebitda ajustado (por efeitos não recorrentes) foi de R$ 408 milhões, o maior da história da companhia, 3% a mais que no mesmo período do ano passado. A margem Ebitda ajustada foi de 36%, também estável no comparativo anual.
A receita líquida veio 3,4% maior que o terceiro trimestre de 2021, a R$ 1,135 bilhão, puxada pelo segmento Premium, que cresceu 29% em um ano, enquanto EAD e Presencial tiveram queda de 1% e 5%.
Em um ano, o segmento Premium, que inclui IBMEC e cursos de Medicina, teve alta de 8% na base de alunos e próximo de 8% no tíquete médio, enquanto EAD e Presencial tiveram respectivas baixas de 4% e 3% na base de alunos e altas de 10% e 1% no tíquete médio.
Por fim, em relação aos investimentos, o capex teve queda de 18% contra o terceiro trimestre de 2021. A redução esperada pela empresa para o ano de 2022 é de 8% ante 2021.
De A a D
Eduardo Parente, presidente da companhia, explica que a base de alunos do Premium cresce muito por ter muitas faculdades de medicina novas, em que ainda há apenas ingresso de veteranos, sem nenhuma turma se formando, e que isso deve se manter até o momento em que as primeiras turmas comecem a se formar, quando o número deve estabilizar.
Já o Presencial teve uma “leve encolhida”, segundo o presidente, mas deve voltar a “ser a grande estrela” novamente caso haja uma política de maior inclusão no Ensino Superior nos próximos anos, principalmente porque os segmentos ex-Premium da empresa são predominantemente de classes C e D.
“Classes C e D estão procurando menor por educação agora, mas está criando um pipeline grande de pessoas terminando o Ensino Médio que estão esperando a hora de entrar no Ensino Superior”, opina Parente. Além disso, o executivo enxerga que “há muitas pessoas querendo voltar ao presencial”.
Ele reforça que o setor de educação é muito afetado pelo cenário macroeconômico, e que uma melhora de renda da população ou da taxa de juros afetaria muito positiva e diretamente a Yduqs. Para tentar “manter equilíbrio” nas contas, a empresa busca ter perfil variado de alunos, da classe A à classe D.
“Somos o setor que mais sofre do mercado. Eu atribuo isso ao fato do setor de educação não ser o primeiro que o estrangeiro volta a olhar no Brasil. Como tem pouca gente olhando, pequenas movimentações têm impacto muito grande”, diz Parente sobre oscilações recentes das ações do setor da bolsa.
“Estamos oscilando muito em um patamar muito abaixo do que deveríamos estar. Quando voltar a um patamar adequado, acho que teremos oscilações menores em um patamar mais alto”, completa.
O executivo destaca ainda que mesmo em um cenário desafiador com a elevada taxa de juros, a companhia teve evolução de geração de caixa.
Investimento em tecnologia
Segundo o presidente da Yduqs, a redução em capex se deu porque a companhia está voltando ao seu patamar normal. “Temos gastado mais que o normal por conta da transformação tecnológica que fizemos. O auge do gasto foi no ano passado, esse ano ainda tem gasto relevante e ano que vem tende a cair ainda mais”, explica Parente.
“Gastamos muito dinheiro para ter um produto muito competitivo, para competir o interesse do aluno com outras plataformas de entretenimento”, acrescenta, indicando que esse fator aumenta o tempo de estudo do aluno fora de sala de aula, o que, segundo ele, se reflete nos índices qualitativos.
A Yduqs teve melhora de 11 pontos porcentuais nos conceitos satisfatórios do ENADE em relação a 2017 em todas as regiões do Brasil com campus presencial, e ficou em segundo lugar entre os players no EAD.