Na reunião deste mês do MPC, “julguei que, no cenário mais provável, já havíamos feito o suficiente para trazer a inflação rapidamente de volta para, e depois abaixo da meta”, avaliou a dirigente. Neste mês, o BoE optou por elevar a Taxa Bancária em 50 pontos-base, a 3,0%, enquanto Tenreyro votou para alta de 25 pontos-base por “gerenciamento de risco”. Essa mentalidade de subir os juros para gerenciar o risco de que a inflação britânica demore a desacelerar deve perder força nas próximas reuniões monetárias, segundo ela, à medida que os juros altos começam a impactar mais o cenário macroeconômico.
Para Tenreyro, a maior parte dos efeitos da alta de juros acumulada no atual ciclo de aperto ainda serão sentidas pela economia, e o maior risco, no momento, é apertar a demanda mais do que o necessário e arriscar deixar a inflação abaixo da meta nos próximos anos. Por isso, Tenreyro vê a necessidade de começar a cortar juros a partir de 2024, ou até já no ano que vem, se a inflação reduzir mais rápido do que as atuais projeções do MPC indicam.
Entre os fatores que podem puxar os preços para baixo, Tenreyro citou o setor de energia. “Os aumentos dos preços da energia pressionam a inflação no curto prazo. Mas a médio prazo, têm efeitos desinflacionários por meio de rendas reais mais baixas, menor demanda e maior desemprego”, ponderou.