Tirando um breve período de instabilidade na primeira hora de negócios, o dólar trabalhou o restante da sessão em baixa firme, em um dia típico de ajustes e realização de lucros que sucede movimentos agudos – caso da valorização de 4,41% ontem, fruto de preocupações com a política fiscal no futuro governo após declarações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Embora tenha passando a maior parte do pregão com sinal negativo, o dólar, uma vez mais, apresentou oscilação expressiva. Foram mais de 15 centavos entre a máxima (R$ 5,4058), logo após a abertura, e a mínima (R$ 5,2595), no início da tarde. No fim da sessão, a moeda era negociada a R$ 5,3337, queda de 1,17%. Apesar do refresco hoje, o dólar spot encerra a semana com valorização de 5,36%.
Trata-se do maior avanço semanal desde a valorização 5,46% na semana encerrada em 19 de junho de 2020, quando o mercado absorvida a reescalada da pandemia de covid-19 e o aumento da tensão política interna, com a prisão do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ligado à família Bolsonaro.
No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – chegou a cair quase 2%, com mínima aos 106,218 pontos. Na outra ponta da gangorra, as commodities subiram com retomada do apetite ao risco diante da expectativa de abertura maior da economia chinesa. Na bolsa de Qingdao, o contrato do minério no mercado à vista subiu 4,95%. As cotações do petróleo avançaram mais de 2%. O contrato tipo Brent para janeiro de 2023 subiu 2,42%, cotado a US$ 95,99 o barril.
Além do “fator China”, o mercado ainda celebra a alta menor que a prevista do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em outubro, divulgado ontem. A tese de que a inflação americana já fez pico e que, dado o aperto monetário já realizado, tende a arrefecer voltou à baila, alimentando a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) seja mais comedido na alta de juros.