As exportações russas de petróleo bruto, inclusive para a União Europeia (UE), permaneceram praticamente inalteradas no mês passado, apesar da perspectiva de uma iminente proibição da UE às importações de petróleo bruto russo e de um plano separado para limitar os preços das vendas de petróleo bruto russo, disse a agência com sede em Paris.
As exportações russas para a UE foram de 1,5 milhão de barris por dia em outubro, dos quais 1,1 milhão de barris por dia serão interrompidos quando a proibição do bloco entrar em vigor em 5 de dezembro, disse a AIE.
Não ficou claro quanto desses suprimentos a Rússia seria capaz de redirecionar para clientes em outras partes do mundo, disse a AIE. Índia, China e Turquia compraram embarques de petróleo russo com desconto, mas a compra desses países se estabilizou nos últimos meses, disse a AIE. Enquanto isso, o volume seria muito grande para as nações restantes absorverem, disse a agência.
O alerta vem quando a AIE previu demanda adicional este ano e no próximo viria da China, à medida que o país diminui lentamente suas medidas de bloqueio contra a covid-19 – embora o crescimento da demanda global seja lento, pois as economias devem enfrentar dificuldades.
A agência elevou suas previsões de demanda global de petróleo em 2022 em 170 mil bpd, para 99,8 milhões de bpd. Para 2023, a AIE elevou suas previsões de demanda de petróleo em 130 mil bpd para 101,4 milhões de bpd.
A produção de petróleo em declínio da Rússia vai arrastar a oferta global, que crescerá a uma taxa anêmica no próximo ano, não conseguindo acompanhar a crescente demanda por petróleo.
A AIE disse que a oferta global de petróleo aumentaria para 100,7 milhões de bpd em 2023, 100 mil bpd a mais do que estava previsto no mês passado, mas ainda 700 mil bpd aquém do apetite mundial esperado por petróleo.