Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro subiu 2,29% (US$ 1,74), a US$ 77,62 o barril, no maior nível desde o fim de 2014. O Brent para dezembro, por sua vez, avançou 2,50% (US$ 1,98), a US$ 81,26 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A Opep+ informou em comunicado que decidiu manter o acordo já em vigor sobre o aumento gradual da oferta da commodity, com uma elevação de 400 mil barris por dia (bpd) em novembro. Em relatório divulgado antes do encontro, o Commerzbank comentava que a pressão para que o cartel colocasse mais petróleo no mercado havia aumentado.
A Capital Economics, porém, afirma em relatório que não está claro nem se o grupo conseguirá cumprir a meta atual, o que pode continuar a manter os preços elevados também em 2022.
A consultoria diz que o mercado de petróleo deve continuar a ter um déficit na oferta no quarto trimestre. Segundo os analistas, o cartel não foi capaz realizar nem a metade do aumento de produção almejado em agosto, em grande medida por problemas em Angola e na Nigéria.
Na visão do chefe de Mercados de Petróleo da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen, a maioria dos participantes do mercado esperava que a Opep+ mantivesse o plano atual de aumento da oferta, mas uma possível surpresa não havia sido totalmente descartada. Por isso, houve uma reação dos operadores ao resultado da reunião do cartel, que gerou o salto nos preços do óleo.
“A Opep+ detém a faca e o bolo no mercado de petróleo, especialmente porque o grupo possui a maior parte da capacidade de fornecimento não utilizada restante no mundo”, ressalta Tonhaugen.
Para analistas do TD Securities, a decisão da Opep+ abre a possibilidade de movimentos ainda maiores nos preços do petróleo no curto prazo. “Com o aumento da demanda por combustível, os mercados de energia provavelmente ficarão mais restritos e os preços mais altos”, afirma.
O banco canadense estima que, se essa tendência se mantiver, o barril do Brent pode chegar a US$ 100.