Segundo Guedes, em um contexto de aceleração global da inflação, é “natural” que, num País onde os preços já costumam ter variação ao redor de 4%, o índice acabe subindo para algo “ao redor de 9%”.
Para argumentar isso, ele citou que nos Estados Unidos, onde a inflação costuma ser próxima de zero, a variação de preços beira os 5%.
O ministro citou a aprovação da autonomia formal do Banco Central como medida essencial para conter a alta de preços.
No mais recente ciclo de alta de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) levou a taxa básica de juros da mínima histórica de 2% para os atuais 6,25% ao ano.
“Vemos muitas reeleições em cima de exploração de ciclos econômicos, por meio do Banco Central. Nós fizemos a despolitização do Banco Central”, disse Guedes, participante nesta sexta-feira de evento promovido pelo Itaú.
NDB
O ministro da Economia afirmou também que tem necessidade de aumentar a participação brasileira no New Development Bank (NDB) para fazer frente a empréstimos para um programa de “crescimento verde” a ser anunciado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, (COP-26), mas que encontra dificuldades por conta do teto de gastos. A conferência ocorrerá em novembro em Glasgow, na Escócia.
“Não posso transferir US$ 1 bilhão de um banco em Nova York para aumentar o capital do NBD. É uma conta financeira, só precisaria mudar de uma conta de um banco para o outro. Não posso fazer isso porque romperia o teto no Brasil. É patético”, afirmou Guedes.
Em um segundo momento, o ministro disse que seriam necessários “US$ 2 ou US$ 3 bilhões” para a capitalização do chamado Banco dos Brics.
Guedes voltou a dizer que anunciará um programa de US$ 2,5 bilhões na COP-26 para a economia verde.