O recurso pertence à Volkswagen Previdência Privada (VWPP), entidade fechada sem fins lucrativos que administra dois planos previdenciários (aposentadoria e pecúlio). A VWPP tem aproximadamente 22 mil participantes, todos funcionários do grupo que envolve Audi, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Man Energy Solutions, Volkswagen do Brasil e Volkswagen Serviços Financeiros.
O aporte representa 7% do patrimônio de R$ 3 bilhões da entidade de previdência complementar criada em 1984, mas o plano da empresa é ir além dessa participação no futuro.
Segundo Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América Latina, a empresa é, há 30 anos, a principal patrocinadora da VWPP, que tem 85% do patrimônio pertencentes aos seus funcionários.
“Investir o dinheiro dos funcionários, com prêmio superior e, acima de tudo, em empresas com fundos sustentáveis, é um grande avanço”, afirma Di Si. Ele ressalta que a iniciativa está alinhada com as ações que a marca vem fazendo mundialmente e tem relação com a estratégia de descarbonização da cadeia completa do negócio do grupo até 2050.
Melhores ganhos. Ciro Possobom, vice-presidente do Conselho Deliberativo da VWPP, afirma que, além de melhor rentabilidade, atualmente os participantes e investidores do fundo são motivados pelo apelo dos ativos sustentáveis.
Ele afirma que a entidade vai buscar rentabilidade de CDI + 1,5%. Antes, o montante estava aplicado em um fundo que rendia CDI + 0,5%.
Possobom informa ainda que o Taos ESG vai investir em 14 outros fundos dos mercados nacional e internacional, com ativos em crédito privado, debêntures, CDBs e letras financeiras de empresas ligadas a projetos de ESG.
Para Guilherme Benchimol, fundador e presidente executivo do Conselho de Administração da XP Inc., a parceria com a Volkswagen vai servir de exemplo para que outras empresas sigam nessa direção. Ressalta, contudo, que “a responsabilidade não é só do empresário e do mercado de capitais, mas do consumidor, por exemplo ao comprar produtos de empresas comprometidas em deixar o mundo melhor”.
A ação da VW em parceria com a XP, que vai administrar o fundo, segue uma tendência de mercado em que investidores institucionais (fundos de pensão) estão sendo incentivados a fazer este tipo de investimento, que leva em consideração uma economia mais verde e uma indústria mais responsável com a redução das emissões de carbono no meio ambiente.
Hoje, os fundos de pensão detêm em aplicações 14% do PIB brasileiro, ou seja, R$ 1,1 trilhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.