Ao final, o índice da B3 mostrava baixa de 0,58%, aos 112.180,48 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 28,8 bilhões nesta segunda-feira. No mês, o Ibovespa tem leve recuperação de 1,08%, limitando as perdas do ano a 5,74%.
Apesar do ajuste negativo nesta véspera de feriado no Brasil, com mercados abertos lá fora amanhã, o Ibovespa, aos 112.051,76 pontos no piso de hoje, operou bem acima das mínimas das nove sessões anteriores, quando oscilou na faixa de 108 a 110 mil pontos nos piores momentos dos respectivos dias. Hoje, foi abaixo da mínima do último dia 27, quando havia chegado aos 112.360,24 pontos no intradia. Na máxima desta segunda-feira (113.981,60), voltou a flertar com os 114 mil pontos, marca rompida durante a sexta-feira pela primeira vez desde a mesma sessão de 27, mas que não tem alcançado no fechamento desde 23 de setembro.
“A Bolsa veio de uma sexta-feira de boa recuperação para o Ibovespa, apesar da inflação alta, pelo IPCA, mas abaixo da expectativa de consenso. Hoje, com liquidez mais fraca também nos Estados Unidos, natural a acomodação: na quarta-feira, logo depois do feriado, há vencimento de contratos futuros do índice Bovespa, o que deve dar uma mexida no mercado, e na sexta-feira há também o vencimento de opções sobre ações na B3”, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.
A Ativa Investimentos revisou as projeções para o IPCA de 2021 e 2022: para o mês de outubro saiu de 0,66% para 0,84% e, no ano de 2021, a projeção passou de 8,7% para 8,9%. “O destaque ficou para as coletas de veículos, novos e usados, que apontam para um patamar mais elevado do que o esperado anteriormente”, diz em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa. Dessa forma, a corretora elevou a perspectiva para 2022, de 3,8% para 3,9%, por inércia.
Com liquidez também reduzida no mercado de câmbio nesta véspera de feriado, o dólar à vista foi negociado hoje perto de R$ 5,54 na máxima do dia, a R$ 5,5396, o que contribuiu, assim como a virada em Nova York, para a perda de força do Ibovespa ao longo da tarde, com as ações do setor financeiro, segmento de maior peso no índice, no negativo (Santander -3,10%, Bradesco PN -1,82%, Itaú PN -1,74%), neutralizando o dinamismo conferido por commodities, especialmente Vale ON (+2,22%) e, em menor grau, siderurgia, com o salto de cerca de 9,5% no preço do minério de ferro em Qingdao, China, a US$ 135 por tonelada.
Em linha com o movimento das ações dos bancos listados em Nova York, o setor financeiro recuou em bloco na B3, realizando os lucros da sexta-feira. “Os bancos perfomaram muito bem na semana passada e agora estão praticamente zerados nas perdas no mês. Ainda permanece a expectativa de uma migração do consumo de produtos para o consumo de serviços”, aponta Julia Monteiro, analista da MyCap.
O petróleo fechou em alta acima de 1% no mercado futuro, com o WTI, a referência americana, acima de US$ 80 por barril no fechamento pela primeira vez desde 2014, assim como o Brent ainda impulsionado pela leitura de que a oferta está apertada diante da recuperação da demanda global pela commodity, o que não foi o suficiente para dar suporte a ambas ações de Petrobras (ON -0,07%, PN +0,69%) no encerramento da sessão.
Na ponta positiva do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Pão de Açúcar (+5,28%), à frente de Embraer (+4,89%) e de Cemig (+3,18%). No lado oposto, Banco Inter (Unit -10,22%, PN -9,82%), Banco Pan (-8,07%), Petz (-6,03%) e BTG Pactual (-5,75%).