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Escola de negócios Insper se reinventa com aposta no setor de tecnologia

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Estadão Conteúdos

Com quase 20 anos de estrada, o Insper é muito conhecido pelos seus tradicionais cursos de Economia e de Administração de Empresas. Mas a escola, que nasceu com essas graduações de perfil mais clássico, voltadas a negócios, também vem se posicionando nos últimos anos em tecnologia. Assim como as empresas estão cada vez mais digitais, processo que foi acelerado com a pandemia de covid-19, a instituição de ensino vai deixar agora mais clara essa sua faceta digital.

Por isso, seis anos depois de colocar o primeiro pé na área de tecnologia, com um curso de Engenharia da Computação, o Insper prepara o lançamento de formação em Ciências da Computação – o que marcará a guinada definitiva do perfil da escola.

Além de entrar em um nicho de elevada demanda pelas empresas – até 2024, mais de 400 mil vagas devem ser abertas para TI no País -, o novo curso faz parte de um projeto mais ambicioso. A instituição está em vias de anunciar uma parceria com uma universidade americana, cujo nome ainda é mantido a sete chaves, que englobará não apenas um intercâmbio entre docentes e alunos, mas também deve significar novos cursos voltados à área de tecnologia para a grade. Segundo Guilherme Martins, diretor de graduação do Insper, o “namoro” com essa instituição ganha força e a parceria deve ser anunciada em breve.

O novo curso, que acaba de receber o sinal verde do Ministério da Educação (MEC), vem para coroar um processo de evolução da instituição de ensino, segundo Martins. “A escola está repleta de computação. Todos os alunos já aprendem a programar, essa é uma habilidade transversal. O curso de Ciência da Computação se encaixa como uma luva nesse novo direcionamento estratégico de entregar cursos em áreas relevantes para a transformação da sociedade.”

A presença transversal da programação significa que todos os cursos têm a matriz de tecnologia incorporada. O executivo do Insper explica que o advogado que se forma por lá conhecerá a linguagem de programação. A ideia é que essa habilidade ajude no dia a dia do ofício, servindo de diferencial na hora de disputar vagas de trabalho ou contratos. O curso de Direito faz parte da expansão do portfólio do Insper e também foi criado em 2021.

Por trás desse olhar mais amplo do Insper, está a exigência do mercado por profissionais que conheçam mais sobre tecnologia. É uma mudança que já chegou às empresas e que precisa ser estendida à força de trabalho, ressalta Martins.

O coordenador do curso de Ciências da Computação será Fabio de Miranda, que era o número dois na coordenação do curso de Engenharia da Computação. Miranda conta que, apesar de a pandemia ter explicitado a demanda por profissionais da área, a decisão de abrir o curso foi tomada em 2018. A primeira turma está prevista para o ano que vem.

Déficit

Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), a demanda de mercado por profissionais deverá chegar a 420 mil pessoas até 2024 – ou 70 mil por ano. A associação aponta que as escolas formam hoje apenas 46 mil novos especialistas por ano, resultando em um déficit de 24 mil profissionais anualmente.

Para o presidente da consultoria em educação Hoper, William Klein, o Insper é a instituição de ensino mais inovadora do Brasil – inclusive em seu currículo. “Eles sempre foram muito audaciosos.” Segundo ele, o Insper é uma instituição que mais se aproxima de famosas universidades dos Estados Unidos, como Stanford e Harvard.

Outro fator que aproxima o Insper do modelo americano é o fato de a instituição não depender apenas de mensalidades. Há mantenedores, sendo o mais famoso deles o bilionário Jorge Paulo Lemann. O Insper, que nasceu como Ibmec, foi fundado por Claudio Haddad. Hoje, a instituição é sem fins lucrativos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.