O negócio prevê a conversão de lojas Extra Hiper operadas pelo GPA em atacarejos, que passarão a ser operados pelo Assaí. O GPA vai receber um valor total estimado de R$ 5,2 bilhões.
Para o Citi, a venda de 71 lojas Extra Hiper para o Assaí e consequente conversão das demais lojas para outros formatos são dois movimentos positivos para o GPA.
Em relatório, os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo destacam que o acordo põe fim a um formato que vinha apresentando baixo desempenho em termos de crescimento de vendas e margens, enquanto acumulava R$ 5,2 bilhões em receitas antes dos impostos (estimativa de R$ 4 bilhões após os impostos) que ajudará a acelerar a desalavancagem e permite investimentos em formatos de crescimento mais rápido e no digital.
Para o Assaí, a mudança adiciona 71 lojas às atuais 187 unidades. As novas lojas têm cerca de 7 mil a 8 mil metros quadrados de área contra a média de 5,5 mil metros quadrados dos atacarejos do Assaí.
Para a XP, o memorando assinado entre GPA e Assaí pode parecer caro à primeira vista, mas após algumas análises, a casa concluiu que a operação agrega valor mesmo sob premissas conservadoras.
Em relatório, os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday ressaltam que a operação deve acelerar o plano de expansão do Assaí, adicionando localizações estratégicas, espalhadas por várias capitais brasileiras e grandes cidades, com pouca ou nenhuma sobreposição de lojas com o parque atual do Assai. “Acreditamos que as lojas maiores devem permitir ao Assaí oferecer uma experiência melhor, com maior sortimento de produtos e ofertas de alguns serviços, como açougue, por exemplo”, destacam.
Para o CEO do GPA, Jorge Faiçal, a operação representa uma oportunidade única de intensificar o foco e a aceleração da expansão dos negócios de maior rentabilidade da companhia por meio dos segmentos premium e de proximidade, notadamente com as bandeiras Pão de Açúcar, Minuto e Mercado Extra, além de reforçar a posição de liderança do GPA no varejo e e-commerce alimentar no País.
Em teleconferência com investidores nesta sexta-feira, 15, o executivo disse que a venda dos pontos comerciais do Extra Hiper e a descontinuação da bandeira de hipermercados devem levar o grupo a um patamar de maior margem Ebitda (lucro operacional). “Em 3 anos, mais de 60% da receita virá do Pão de Açúcar, e-commerce e proximidade”, afirmou o executivo.