A associação diz que o momento é crítico para o setor. No acumulado do ano, até setembro, as compras de produtos químicos vindos do exterior somam US$ 42,4 bilhões, um forte crescimento de 39,8% frente ao mesmo período de 2020, enquanto as vendas de produtos químicos para o estrangeiro totalizaram US$ 10,2 bilhões, valor 23,6% superior ao registrado entre janeiro e setembro de 2020. Tais resultados acumulados produziram, no período, um déficit de US$ 32,2 bilhões, valor superior aos US$ 32 bilhões de 2013, até então maior déficit anual da história do acompanhamento da balança comercial pela Abiquim.
O presidente executivo da Abiquim, Ciro Marino, defende uma agenda de fortalecimento da competitividade focada em medidas pragmáticas de estímulo de curto prazo, como têm feito os principais players mundiais, além de reformas estruturais da economia brasileira atreladas a um sistema de defesa comercial técnico, isento e robusto.
Segundo ele, o País tem dependência externa em setores industriais estratégicos, como fertilizantes e produtos farmacêuticos, além da própria química. E cita também a insegurança jurídica causada pelo avanço assimétrico das políticas comerciais sem as contrapartidas necessárias para garantia do ambiente de negócios justo e leal.
“Nesse exato momento em que as principais economias estão reavaliando suas estruturas industriais e investindo bilhões de dólares para atrair investimentos que possam diminuir o risco de concentração de dependências externas em setores estratégicos, como a química, temos que ser pragmáticos e objetivos”, comenta.
Marino afirma que o Plano Biden, nos EUA, de incentivo à capacidade industrial e tecnológica, o Plano Quinquenal da China e o New Deal Sul-coreano de investimentos e estímulos fiscais “são exemplos concretos daquilo que imediatamente temos que fazer pelo Brasil para voltarmos a ter condições de competir internacionalmente”.