“Os principais motivos para este mau humor estão atrelados ao avanço da inflação no mundo todo, o que vai levar os bancos centrais a mudar sua política monetária, já sinalizado pelo Fed Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos)”, afirma a Mirae Asset em relatório.
À cautela externa, adiciona-se ainda preocupações internas relacionas a uma eventual greve dos caminhoneiros em novembro, o que pode comprometer o abastecimento, levando a novo encarecimento de produtos no momento em que a inflação já está elevada. Ficam ainda no radar a PEC dos Precatórios, que deve ser votada amanhã e uma definição sobre o Auxílio Brasil.
“O externo está ruim e respingam no Brasil, que é cheio de idiossincrasias. O mercado está mais avesso a risco, adotando posturas mais defensivas, buscando ativos mais seguros. Por mais que a possibilidade de uma greve de caminhoneiros ainda não tenha o apoio de toda a categoria, que seja apenas burburinho, acaba impactando, especialmente o dólar, é um assunto adicional para pesar no mercado”, avalia André Rolha, líder de renda variável e produtos de câmbio da Venice Investimentos.
No terceiro trimestre, o PIB chinês cresceu 4,9% na comparação interanual, ficando abaixo da estimativa de 5,1%. A produção industrial também decepcionou, ao apresentar alta de 3,1% em setembro (projeção de 3,8%). Em contrapartida, as vendas do varejo surpreenderam positivamente (ganho de 4,4%, acima da expectativa de 3,4%). A frustração com o PIB da China volta a alimentar os temores acerca da recuperação da economia global, observa em nota a CM Capital.
“Mercados internacionais e aqui repercutindo todos esses dados da Chinas”, diz Leonardo Santana, analista da Top Gain. O minério de ferro reagiu em queda de 0,72% no porto chinês de Qingdao, a US$ 124,32 a tonelada. As ações da Vale cediam 2,12%, puxando outros papéis do segmento e de siderurgia.
Além disso, os contratos futuros de petróleo avançam no exterior, ampliando ganhos dos últimos pregões, ainda em meio a expectativas de crescimento da demanda. Contudo, a possibilidade paralisação dos caminhoneiros no dia 1º de novembro, caso o governo não atenda às reivindicações em 15 dias, como piso do frete, nova política para o diesel e aposentadoria especial, fica no radar. As ações da Petrobras cediam 0,17% (PN), enquanto ON tentava alta (0,36%..
Contudo, a queda do Ibovespa, superior a 1%, ante Nova York (recuo máximo de 0,37% às 11h22) reflete todos os impasses internos como precatórios e extensão do auxilio emergencial, e tendo um dólar avançando mesmo depois dos leilões do Banco Central, afirma Santana, da Top Gain.
Às 11h19, o Ibovespa cedia 1,02%, aos 113.475,65 pontos, ante mínima aos 112.840,52 pontos e máxima aos 114.646,73 pontos. O dólar subia 1,43%, a R$ 5,5329.
“As reformas no Brasil não andam e o investidor está de olho na possibilidade de um novo auxílio, se ficará dentro ou fora do teto de gastos. O mercado está esperando algo concreto para ver se cai ainda mais ou se vai para cima”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascença, acrescentando ainda a divulgação de dados ruins de atividade da China e dos EUA. “O BC não para de fazer leilão e nada muda”, diz Monteiro.