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Inflação ‘transitória’ não significa de ‘vida curta’, alerta diretor do Fed

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Estadão Conteúdos

O diretor do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Randal Quarles afirmou nesta quarta-feira, 20, que atribuir à inflação o conceito de “transitória” não significa, necessariamente, que ela terá “vida curta”. Durante um evento virtual organizado pelo Milken Institute, o dirigente disse que os preços ao consumidor devem desacelerar nos Estados Unidos no próximo ano, mas que há riscos de que isso não ocorra de forma tão rápido quanto se espera.

“A inflação que vivemos até agora tem sido muito incomum e em grande parte relacionada a restrições de oferta associadas tanto a problemas de produção e distribuição causados pela covid quanto a um choque de demanda decorrente da reabertura rápida e sem precedentes da economia”, explicou Quarles.

A grande questão, segundo ele, não é apenas saber se os preços vão cair nos próximos meses, mas também até que ponto a inflação vai desacelerar. Isso porque, na visão do integrante do Fed, isso vai determinar se um aumento “preocupante” das expectativas inflacionárias de longo prazo pode ser evitado.

De acordo com Quarles, as expectativas de inflação estão ancoradas, “por enquanto”. “Mas vejo riscos de alta significativos para minha perspectiva de inflação atual”, afirmou. Na avaliação do dirigente, as restrições de oferta, que dificultam a produção e elevam os preços, já se generalizaram e duraram mais tempo do que a maioria dos analistas previa.

“Essa dinâmica continuará a sustentar um crescimento robusto dos salários, pressionando ainda mais os preços”, alertou o diretor.