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Dólar reduz alta, mas tensão com fiscal, CPI e caminhoneiros prevalece

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Estadão Conteúdos

O dólar desacelera a alta cotado a R$ 5,6975 (+0,53%) há pouco no mercado à vista, diante da persistente fraqueza da moeda norte-americana no exterior e com algumas vendas para apuração de ganhos intradia, após chegar perto dos R$ 5,72 na máxima (a R$ 5,7185). O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, afirma que o estresse adicional de hoje é pela visão de deterioração do cenário fiscal do País e a curva de juros também já indica dois aumentos de 150 pontos-base da Selic, dada a consolidação da percepção de o governo vai desrespeitar o teto de gastos das contas públicas.

“É o cenário fiscal como um todo, incluindo agora ainda a prometida ajuda de custo a caminhoneiros de R$ 400 pelo presidente Bolsonaro, sem apontar as fontes de custeio desse gasto”, afirma Nagem.

Ele disse que há comentários de que tem membro do governo procurando substituto para o ministro Paulo Guedes, apesar do presidente Jair Bolsonaro ter chancelado a sua permanência ontem.

O principal nome cogitado é o do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ele diz, acrescentando que o ex-presidente do BC no governo do PSDB, Armínio Fraga, também é citado nesses boatos.

Para Nagem, a derrota do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), na votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) ontem à noite, sinaliza um início da perda de apoio do Centrão, que já não esta mais tão fiel ao governo como antes.

Hoje, segundo Nagem, o dólar turismo já é negociado acima de R$ 6,00 em algumas casas de cambio e o dólar comercial pode buscar os R$ 6,00 no curto prazo também.

Há muita incerteza também sobre os desdobramentos políticos do relatório final da CPI da Covid, que sai na próxima terça-feira, e se haverá ou não a greve de caminhoneiros programada para 1º de novembro, comenta.